terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Gratidão ao ano de 2016



Que a nossa caminhada em 2017 seja leve, de fraternidade, lealdade, amizade e bem-querer. O ano que está chegando ao fim não foi fácil, mas agradeço a Deus por todos os momentos de alegria e realizações, especialmente pelos aprendizados, pois é nos momentos difíceis que temos as maiores lições.

Agradeço a todos que passaram por meus cuidados no consultório, por acreditarem no meu trabalho e compromisso de buscar uma Geração sem Cáries. Cada um de vocês tem sua maneira única de ser especial. Exercer a odontopediatria me realiza.

Também quero agradecer aos pais que entendem sua ampla função de educadores e formadores de novos seres, e por isso vestiram a camisa e estão me ajudando a formar uma Geração sem Cáries.

O meu muito obrigada a minha equipe de trabalho, que é fundamental no dia a dia do consultório.

Gratidão à família maravilhosa que tenho. Aos novos amigos que encontrei e aos velhos que pude rever. Foram momentos de muita emoção onde novamente tive certeza que, o que é especial e verdadeiro não se perde com o tempo. Também preciso agradecer pela oportunidade de ter participado de vários congressos durante o ano, os quais me trouxeram conhecimento, além de amigos mais que especiais.

Peço a Deus que abençoe o novo ano!!!

Que cada um de nós possa fazer a diferença em 2017. Desperte o Novo Ano que está dentro de você, e encontre a plenitude e seja feliz.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

12º Encontro Nacional e 2º Encontro Internacional de Odontologia para Bebês


Como odontopediatra e por ter participado desse evento eu não poderia deixá-lo passar em branco, por isso resolvi resgatar o assunto. Araçatuba recebeu, no início de outubro, dentistas de todo o Brasil e também do exterior, para o 12º Encontro Nacional e 2º Encontro Internacional de Odontologia para Bebês. A comissão organizadora está de parabéns. Tudo esteve perfeito, desde a recepção dos congressistas no aeroporto, vocês foram fantásticos em tudo.

Durante os dias do Encontro tive a oportunidade em ouvir novamente o Prof. Dr. Gabriel Tilli Politano, a Profa Dra Sandra Echeverria e a Profa. Dra Maria Aparecida de A. M. Machado. E como sempre, eles me surpreenderam em suas explanações. Pela primeira vez ouvi o Prof. Dr. Mark L. Cannon, com o tema “Saúde bucal sistêmica: do pré-natal ao pré-adolescente”. Ele nos mostrou o caminho errado que o ser humano está tomando em relação ao uso de antibióticos, dietas mirabolantes e uso de conservantes. Destacou que estamos criando bactérias cada vez mais resistentes, que é preciso cautela. Estão querendo acabar com as bactérias, mas de acordo com Dr. Mark, a bactéria no lugar certo é importante e necessária. De acordo com ele, estudos recentes demonstram que muitas doenças da atualidade resultam de uma ruptura com o que foi o nosso biofilme normal (complexo bacteriano sobre o organismo).

Sabe-se que há 10 vezes mais células bacterianas sobre o corpo humano do que células humanas, as quais modulam todas as reações do nosso corpo com o meio ambiente, determinando se estas são saudáveis ou não. Um biofilme desorganizado pode favorecer o surgimento da síndrome do intestino permeável, bem como uma série de doenças sistêmicas autoimunes e imunomediadas. Em acréscimo, evidências científicas demonstraram uma relação causa-efeito entre biofilmes patogênicos e autismo, diabetes tipo II, esclerose múltipla, doença cardíaca, síndrome do intestino irritável e, possivelmente, até mesmo doença celíaca.

O desenvolvimento de biofilmes patogênicos ocorre precocemente nos indivíduos, até mesmo devido a práticas de saúde pré-natal deficientes. Entretanto, podem-se criar biofilmes benéficos, por meio da combinação com prebióticos, probióticos e suplementos. Além disso, o uso de alguns carboidratos naturais como xilitol e eritritol também contribui para a manutenção de biofilmes menos patogênicos, devido à inibição bacteriana promovida por estes. Tive a oportunidade de conhecer os probióticos e confesso que fiquei fascinada. Quero aprender muito mais.

Também pela primeira vez ouvi a Profa Dra Mariana Falcão Leal B Duprat, com o tema “Gastronomia na Primeira Infância”. De acordo com ela, infelizmente ainda se associa o doce a momentos de prazer e a demonstração de carinho. A obesidade no Brasil está aumentando e, segundo pesquisas, a cada cinco crianças obesas, quatro permanecerão obesas na vida adulta. Segundo a Dra Mariana a aceitação pelo doce é inata, não é necessário treiná-la. É muito importante estimular precocemente o treino do paladar para gostos não doces. Ela aconselha aleitamento materno exclusivo até os seis meses, com o uso dos bancos de leite em caso de impedimento. Leites artificiais somente em casos específicos. A partir dos seis meses oferecer frutas in natura, não substituí-las por suco. Incentivar o consumo de água. Ofertar os alimentos individualmente. Estimular os sentidos do bebê (tato, olfato, audição, paladar e visão).

Com o 12º Encontro Nacional e 2º Encontro Internacional de Odontologia para Bebês, finalizei minhas atualizações de 2016.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

I Congresso Internacional da CarioBra



O “I Congresso Internacional da CarioBra” aconteceu entre os dias 29 de setembro e 01 de outubro, no hotel Sheraton, em Porto Alegre. Com a Profa. Dra. Marisa Maltz como presidente, o evento foi um sucesso, com sala lotada e cursos excelentes.

Além de proporcionar novos conhecimentos, o evento serviu para oficializar a transição da Aboprev (Associação Brasileira de Odontologia de Promoção de Saúde) para CarioBra (Sociedade Brasileira de Cariologia). A finalidade é englobar todas as especialidades relacionadas à cariologia para trabalharem em conjunto.

Pudemos assistir o Prof. Dr. Lars Bjorndal (Faculdade de Odontologia de Copenhagen, Dinamarca) desenvolveu os temas: O entendimento do processo de cárie para alcançar a melhor decisão de tratamento; e Proteção pulpar e potencial regenerativo da polpa após intervenção. O Prof. Dr. Niek Opdam (Radboud University Nijmegen, Holanda) falou sobre: Longevidade de restaurações e limitações das restaurações diretas; e Desgaste dentário: restaurar ou não restaurar? Pude ouvi-los e saber o que esta acontecendo com a odontologia em outros países, pois demonstraram técnicas e materiais que estão utilizando.

Representando o Brasil, tivemos o Prof. Dr. Fausto Mendes (USP), que abordou: Atualidades no diagnóstico de cárie; o Prof. Dr. Jaime Cury (Unicamp), falando sobre: Vantagens e limitações do flúor no controle da cárie dentária; o Prof. Dr. Edson Araujo (UFSC), que tratou sobre: Odontologia estética minimamente invasiva; e a Profa. Dra. Marisa Maltz (UFRGS), dissertando sobre: Lesões profundas de cárie - tratamento restaurador minimamente invasivo.

O Prof. Dr. Fausto, nos falou sobre a Cariologia do Século XXI que, segundo ele, deveria ser mais centrada no bem-estar e opinião dos pacientes.

O Prof. Dr. Jaime Cury relatou a importância do flúor na prevenção da cárie dental. De acordo com ele, o flúor é um tratamento não invasivo da cárie. Ele mais uma vez afirma que a cárie é açúcar dependente. No século XX a definição era que á cárie é uma doença bacteriana infecciosa e transmissível. No século XXI sabemos que ela é provocada por bactérias naturais da boca de todos quando da exposição a açucares da dieta. O Prof. Jaime relatou que a cárie não é resultado da deficiência do uso de fluoretos, porém o fluoreto é o único agente que significativamente reduz a velocidade de progressão de lesões de cárie. Ele ressalta que para um efeito máximo do controle da cárie é imprescindível que haja um controle dietético do consumo de produtos açucarados.

A Profa. Dra. Mariza Maltz, deu uma excelente aula sobre tratamentos minimamente invasivos. A odontologia atual não aceita preparos extensos sem necessidade, devemos preservar ao máximo a estrutura dental. De acordo com uma pesquisa realizada, e que a Profa. Mariza nos mostrou, chegou-se a conclusão que estratégias menos invasivas para o manejo de lesões profundas de cárie não são amplamente usadas na prática clínica na França e Alemanha. Crenças modelam as decisões de tratamento.

O Prof. Dr. Edson Araújo relatou que o uso da resina em muitos países está voltando. Estão dando preferência as restaurações de resinas ao invés de facetas. No Brasil nota-se um uso excessivo e muitas vezes desnecessário de lentes de contatos. Os profissionais devem avaliar a real necessidade da realização desse tipo de tratamento.

Participando desse evento posso afirmar que a odontologia no Brasil, nos quesitos prevenção e mínima intervenção, é fantástica. Parabéns aos nossos pesquisadores e professores.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

12º Encontro Nacional e 2º Encontro Internacional de Odontologia para Bebê


Araçatuba sediará nos dias 06 e 07 de outubro o “12º Encontro Nacional e 2º Encontro Internacional de Odontologia para Bebês”

Com a coordenação do Prof Dr Robson Frederico Cunha, da Unesp de Araçatuba, tem como tema “Integralização para a saúde do bebê”. De acordo com a coordenação, o encontro oferece ampla discussão na assistência integral em saúde para o bebê.

É a segunda vez Araçatuba sedia o evento. Mas dessa vez  será bem especial, pois a Bebê Clínica de Araçatuba completa, em 2016, 20 anos de existência. Eu fiz estágio no local, logo no início de suas atividades, e foi de grande importância para a minha vida profissional.

A Bebê Clínica, de acordo com a coordenação, oferece atendimento para a população da cidade e região, com compromisso de educar os pais para gerar educação e prevenção nos bebês. Além de ser reconhecida por sua contribuição científica para o engrandecimento das pesquisas nesta área, Dr. Robson relata o oferecimento de uma assistência odontológica de natureza educativa e preventiva de alta qualidade.

A grade científica está excelente e acredito que teremos momentos de grande aprendizado, além de revermos amigos e grandes mestres da Odontologia para Bebê. Será uma oportunidade única.

Simpósio de HMI em Araraquara



Inicio parabenizando todos os envolvidos com a organização do evento. Foi perfeito!!!

Como eu já escrevi no blog em outro texto, a Hipomonineralização de molares e incisivos se tornou o maior desafio da odontopediatria atual. No momento, pesquisadores de todo o mundo tentam chegar a uma conclusão sobre a causa, prevalência, severidade e o tratamento mais adequado dessa má formação.

Nestes dois dias (16 e 17 de setembro) de Simpósio estiveram presentes representantes do Chile, Argentina, Colômbia e Brasil. Infelizmente, ainda há muito que se estudar para termos respostas mais precisas.

A Profa. Dra. Lourdes Santo Pinto, da Unesp de Araraquara, iniciou sua apresentação relatando o primeiro caso que ela teve contato com HM,I em 2002, o que a motivou a formar um grupo de estudos em Araraquara. Esse grupo teve inicio em 2008,e atualmente é responsável por 15% das publicações a respeito da HMI.

É muito difícil fazer a pesquisa, pois a maioria dos pais não se recorda com precisão de tudo que ocorreu durante a gestação e com a criança quando mais nova.

Algumas linhas de pensamento acreditam que a HMI pode ser causada devido a uma infecção que a criança teve na época da formação do dente. A dúvida é, foi a infecção ou o medicamento para combater essa infecção? Alguns estudos já demonstram que o antibiótico pode causar a má formação. Outros estudos relatam a possibilidade genética. A pessoa tem a carga genética e pode ser transferida para outra geração, e somando a influência do ambiente, pode ter a HMI.

Sabe-se hoje que, a dor independe do grau de severidade da doença.
A prevalência na Europa varia de 3,6% a 40%, na África de 2,9% a 13,7%, na Ásia 2,8% a 25,5%, na América de 6,4% a 40,2%, e na Oceania 14,9 a 44%.
Em El Cedro, na Colômbia, a prevalência é de 3,0%, em Medellín 12%. Já em Buenos Aires, na Argentina, a prevalência é 15,9%. Montevidéu é de 6,5%.
No Brasil podemos observar em Araraquara (SP) 12,3%, Pat.Paulista (SP) 14%, Botelho (MG) 19,8%, Rio de Janeiro (RJ) 40,2%, em Teresina (PI) 23,2%, Vila Velha (ES) 21 %, e Manaus (AM) 9,1%

De acordo com Profa. Tuka, o tratamento deve ser individualizado. As crianças com HMI são tratadas 10 vezes mais, devido a adesão insuficiente nesses dentes. A Profa. relata que as crianças com esta má formação podem ser mais ansiosas e apresentarem problemas de comportamento. A opção de tratamento ideal nem sempre é possível e planos alternativos devem ser considerados.
A palestrante argentina, Profa. Dra. Ana Maria Biondi, relatou que as pesquisas realizadas na Argentina não coincidem com a do grupo de Araraquara. Durante a sua palestra, ela nos mostrou as características ultraestruturais do dente com HMI. Disse que a HMI pode ser formada da 18ª semana de vida intrauterina até os 05 anos de idade.

A Profa. Dra. Maria Consuelo Fresno, do Chile, relatou que o mesmo paciente pode apresentar fluorose (alteração causada pelo excesso de flúor) e HMI. Tivemos a oportunidade de ver a Classificação Europeia, Classificação Universal e o diagnóstico diferencial de fluorose, hipoplasias, amelogênesis imperfeita e cáries.

O Prof. Dr. Alfonso Escobar Rojas, da Colômbia, relatou não haver, até o momento, nenhuma evidência científica confirmando a relação entre fluorose dentária e HMI. Eles são defeitos de esmaltes diferentes em relação à aparência clínica e patogênese. Segundo o professor, percebe-se uma diminuição da cárie dentária nos últimos 20 anos, em todo o mundo, e um aumento de dentes com defeitos de esmaltes (HMI e fluorose). Os defeitos no esmalte são cada vez mais evidentes, sendo uma preocupação entre clínicos e pesquisadores de todo o mundo.

As pesquisas no Brasil não detectaram o aparecimento da HMI com diferença nas classes sociais. Já o Chile encontrou um número maior nas pessoas de baixa renda. No Brasil, foi encontrada uma associação entre bebês prematuros e HMI. Seria um fator de risco os bebês prematuros. Já o Chile e Argentina não encontraram essa associação.

No Chile, de acordo com o Prof. Dr. Juan Diego Mejia, muitas vezes quando a criança possui os primeiros molares permanentes com HMI, eles optam pela extração dos quatro e a colocação de aparelho para que o segundo molar permanente ocupe o lugar do primeiro. Já nós, brasileiros, somos totalmente conservadores e tentamos ao máximo a preservação do dente e mantê-lo na cavidade bucal.

De acordo com a Profa. Dra. Marisa Gabrielli, os dentes com HMI possuem fibras nervosas pulpares em abundância. Muitas crianças sentem fortes dores para se alimentar ou até mesmo na hora de falarem. Na hora do tratamento, até mesmo com a anestesia a criança ainda continua sentindo dor.
O Prof. Dr. Weber Abad Ricci nos mostrou várias soluções estéticas para os casos de HMI e os protocolos clínicos.

A dificuldade que nós, profissionais, temos no momento, é a de dar uma resposta conclusiva aos pais. Eles querem saber o que foi responsável por essa má formação. Muitos não compreendem o tratamento complexo e muitas vezes insatisfatório. Eles querem uma solução imediata para a dor e para a estética. Infelizmente, algumas vezes, não podemos suprir essa expectativa dos pais. Os pesquisadores já deram grandes passos, mas ainda há muito para se estudar e conseguirmos uma resposta para a causa e um tratamento mais adequado, correspondendo aos anseios dos pais e do paciente.


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Simpósio Latino-Americano de Hipomineralização de Molares e Incisivos

Atualmente, a Hipomineralizacão de Molares e Incisivos (HMI) é uma das maiores preocupações de pesquisadores de todo o mundo.

Nos dias 16 e 17 de setembro, a cidade de Araraquara sediará o “I Simpósio Latino-Americano de Hipomineralização de Molares e Incisivos”. O evento será realizado na Faculdade de Odontologia da Unesp.

De acordo com o site do evento, a HMI se tornou o maior desafio da odontopediatria moderna.

A prevalência, etiologia, critérios de diagnóstico, características clínicas e opções de tratamento são motivo atual de pesquisas em todo mundo.

Infelizmente, mesmo com todos os estudos, nós podemos ver crescendo o número de crianças com HMI e as pesquisas são inconclusivas. Diante deste contexto, o Grupo de Pesquisa “Estudo da Hipomineralização Molar-Incisivo”, do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), convida para o Simpósio, que tem como objetivo discutir, de forma dinâmica e integrada, conhecimentos gerados até hoje com relação a essa condição. Estarão presentes professores especialistas e experientes na HMI, da Argentina, Brasil, Chile e Colômbia. Além disso, serão selecionados trabalhos nas modalidades caso clínico e pesquisa, onde a troca de experiências entre palestrantes e participantes será encorajada.

Durante o Simpósio será possível a interação entre os participantes que estão fora do Brasil com todo o evento, por meio de uma sala virtual conectada a Internet, disponibilizada pela Faculdade de Odontologia da Universidade CES (Colômbia) e com apoio do CES Virtual.

Em meu consultório, como no de muitos amigos odontopediatras, o número de crianças com a presença de HMI aumenta assustadoramente. Irei participar com a esperança de que possa trazer, para os meus pequenos, soluções que os ajudem a conviver melhor com a HMI, até que nossos pesquisadores cheguem a um contexto e possamos, finalmente, ajudá-los de forma definitiva.


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

O Retrato da Saúde Bucal no Estado de São Paulo

Fazendo a minha leitura diária encontrei, na revista do CRO, a reportagem “O Retrato da Saúde Bucal no Estado de São Paulo”.

O levantamento foi coordenado pelo professor Antonio Carlos Pereira da Unicamp, por Vladen Vieira (da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo) e por Antonio Carlos Frias da FOUSP. O levantamento envolveu 17.560 pessoas de 162 municípios e revelou indicadores surpreendentes sobre as condições bucais da população paulista, em 2015. Envolveu mais de 600 profissionais, de mais de 250 equipes de saúde bucal.

De acordo com a reportagem, a ideia é que os resultados desse levantamento permitam um melhor conhecimento da situação epidemiológica e das condições bucais no Estado, de modo a servir de orientação e base para o planejamento e a execução de políticas públicas.

Os indivíduos que integraram a amostra foram divididos em três grupos etários: adolescentes (de 15 a 19 anos); adultos (de 35 a 44 anos); e idosos (65 anos ou mais).

O percentual dos entrevistados que acreditam que necessitam de tratamento odontológico foi: 62,74% dos adolescentes; 77,86% dos adultos; e 59,89 % dos idosos.

O índice de CPOD (dentes cariados, perdidos por cáries e restaurados) é de: 3,57% para adolescentes; 15,84% para adultos; e 59,89% para os idosos.

Essa prevalência de cárie no adolescente é moderada (3,57%). De acordo com a reportagem, embora esta seja melhor do que as médias verificadas no levantamento estadual de 2002 (6,4) e nos dados da região Sudeste no Levantamento Saúde Bucal Brasil 2010 (3,83). O percentual de livres de cárie deu um considerável salto de 2002 para 2015 (de 9,7 % para 28,96 %).

Nos adultos ainda persiste um alto número de dentes extraídos (6,30), embora se observe melhoras na última década (eram 11,25 em 2002).

A pesquisa apontou que 56,18% dos adolescentes entrevistados necessitavam de tratamento odontológico, assim como 39,17 % dos adultos e 47,69 % dos idosos.

Quando questionados se sentiram dor durante os últimos seis meses, o resultado foi: 27,38 % dos adolescentes, 39,81% dos adultos e 25,09 dos idosos, disseram ter sentido dor. Isso é preocupante, pois afeta a qualidade de vida, atrapalha a alimentação, o sono, trabalho, e todo o dia a dia.

Em relação ao uso de próteses dentárias: 1% dos adolescentes, 19,94% dos adultos e, infelizmente, 79,96 % dos idosos relataram fazer uso.

Numa avaliação da própria saúde bucal, o resultado obtido foi: 60,24% dos adolescentes, 39,93% dos adultos e 52,99% dos idosos se disseram satisfeitos ou muito satisfeitos.

Em relação ao uso dos serviços odontológicos: 96,58% dos adolescentes foram ao cirurgião-dentista pelo menos uma vez na vida, sendo que 57,17% o fizeram nos últimos 12 meses e 83,99% avaliaram a consulta como boa ou muito boa. Entre os adultos 99,03% consultaram o cirurgião-dentista uma vez na vida e 51,01% o fizeram nos últimos 12 meses; sendo que 82,75% avaliaram a consulta como boa ou muito boa. Já entre os idosos o resultado foi: 98,12% alguma vez consultaram o cirurgião-dentista e 27,67% o fizeram nos 12 meses; e 79,82% consideraram boa ou muito boa a última consulta.

O estudo relatou necessidade de tratamento de endodontia (canal): 4,20% dos adolescentes, 6,31% dos adultos e 1,78% dos idosos.

Necessitam de exodontia (extração): 6,80% dos adolescentes, 17,26% dos adultos e 20,14% dos idosos.

Em relação às condições periodontais o resultado obtido foi:
- adolescentes: 55,92% sem doença periodontal, 33,49 % com sangramento, 31,49% com cálculo e 8,42% com bolsas rasas ou profundas.
- adultos: 26,25% sem doença periodontal, 44,88% com sangramentos, 57,33% com cálculo e 27,12% entre os com bolsas rasas ou profundas.
- idosos: 3,69% sem doença periodontal, 44,90% com sangramento, 60,63% com cálculo e 37,53% com bolsas rasas ou profundas.

A pesquisa nos mostra uma melhora no quadro de saúde bucal, mas o número de pessoas que necessitam de restaurações, extrações e tratamento de canal ainda é elevado. No tocante a necessidade de prótese os números vêm caindo, o que é muito bom. Porém, em relação aos idosos é preocupante o número que utiliza prótese.

Acredito que se nossos governantes se voltarem para prevenção como fator fundamental para a formação de uma Geração sem Cáries, e investirem nisso, poderemos ter uma mudança ainda maior neste quadro.

A conscientização da população não é fácil. O trabalho preventivo começa com a gestante e, com a erupção do primeiro dentinho a criança já deve visitar o consultório do dentista.

É preciso um trabalho educativo e que as pessoas se conscientizem da importância dos cuidados com a dentição de leite. As crianças devem ser orientadas a cuidar de seu sorriso. Somente assim conseguiremos ter adultos com um sorriso saudável. O custo com a prevenção será bem menor e é indiscutível o benefício que traz.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Vamos nos atualizar?


O segundo semestre de 2016 está repleto de boas oportunidades de atualização e aprendizado. No dia 12 de agosto, a ABO (Associação Brasileira de Odontologia) de Brasília oferece palestra com o Prof. Dr. José Carlos P. Imparato, com o tem “Uma nova visão sobre as decisões de tratamento da cárie aproximando a evidência da prática.”

Também em agosto teremos o 7º Congresso de Odontopediatria APCD – ABO, em São Paulo, entre os dias 25 e 27 de agosto. Diversos profissionais irão desenvolver vários temas de grande importância para a odontopediatria.

Em setembro terá início, na APCD de Araraquara o curso de “Capacitação em Odontopediatria”, com duração de 10 meses.

Já entre os dias 16 e 17 de setembro, a ABO de Brasília oferecerá palestra com a Profª Drª Flavia Konishi - “Pré-natal odontológico” e a Profª Drª Maria Salete - “Odontologia na primeira infância e gestão comportamental em odontopediatria.”

Ainda em setembro, nos dias 16 e 17, em Araraquara, acontece o “I Simpósio Latino Americano de Hipomineralização de Molares e Incisivos”, com vários mestres transmitindo o que há de mais moderno.

No sul do Brasil, Porto Alegre sediará nos dias 29 e 30/9 e 1/10 acontece o “I Congresso Internacional de CarioBra (Cariologia).”

Em outubro, nos dias 06 e 07, Araçatuba sedia o “12º Encontro Nacional” e o “2º Encontro Internacional de Odontologia para Bebês.”

Na APCD de Araraquara acontece a “Capacitação em Odontologia Intrauterina”,  nos dias 27, 28 e 29 de outubro; e nos dias 28 e 29 de outubro, tem início o curso “Odontopediatria para Especialistas”, com duração de seis meses.

Colegas de profissão: não fiquem de fora. Façam suas escolhas de acordo com suas necessidades e a de seus pacientes. Eu já fiz. Atualizar é necessário!!!

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Aproveite as férias para cuidar da saúde bucal


Férias é um período para relaxar, se divertir, fazer programas diferenciados e comer muitos quitutes gostosos. Mas também é quando se tem tempo hábil para procurar os profissionais de saúde e checar se está tudo bem, entre eles o odontopediatra.

Sorrir traz e distribui energia, mas esse sorriso deve estar saudável. Relaxe, aproveite, brinque, mas não se esqueça da escova, creme e fio dental, especialmente depois de comer aqueles quitutes que vovós, tias e madrinhas adoram preparar.

De acordo com uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, pela organização privada e sem fins lucrativos Ad Council, três em cada quatro pais admitem que seus filhos esquecem de escovar os dentes. E mesmo a cárie sendo a doença crônica mais comum na infância, a saúde bucal dos filhos não é vista como uma prioridade para os pais entrevistados.

Lembre-se que atualmente é possível que os nossos filhos cresçam sem cáries, mas para isso é necessário disciplina e uma ação conjunta dos pais, profissionais e crianças.
Ter uma vida atribulada não é motivo para negligenciar a saúde dos nossos filhos. Se eles tiverem a doença cárie, fomos nós que falhamos.

A odontologia preventiva é a odontologia atual. Com ela evitamos que as crianças precisem de tratamentos, muitas vezes traumáticos, tanto para a elas como para os pais, além de onerosos. Segundo a Organização Mundial de Saúde a cada um dólar gastos em prevenção economizamos 33 dólares em tratamentos curativos.

Férias também é quando recebo no consultório a visita das “minhas crianças grandes”. Elas retornam com novidades da rotina, mas nunca esquecendo da importância que a prevenção tem em suas vidas. É muito gratificante saber que esses jovens nunca tiveram uma cárie, afinal, mesmo com os avanços tecnológicos da odontologia, não há nada melhor que um dente íntegro.

Prevenção Odontológica – Uma Atitude Inteligente!!!

Mais informações: (17) 3234-3809

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Medo de dentista pode passar de pai para filho



Muitas crianças têm medo do dentista mesmo sem terem tido alguma experiência no consultório. Ir ao dentista é uma das obrigações que nós temos, da mesma forma que a visita ao médico é necessária para prevenção de muitas doenças. A criança está na dependência dos pais para que possa ir ao dentista e ter os cuidados necessários com a sua saúde bucal. Portanto, é dever dos pais zelar pela saúde de seus filhos.

Sei que o cenário do dentista, há anos atrás, não era nada agradável e muitos pais não se sentiam a vontade com o ambiente com jalecos... roupas brancas... máscara... agulhas... seringas... boticões... brocas... barulho do motor... e, principalmente, por  não irem ao consultório para prevenção e sim para realizarem um tratamento que muitas vezes era extenso. Muitos pais têm trauma do dentista, mas devem evitar passar o seu medo para a criança. O comportamento da criança, muitas vezes é reflexo dos pais. Por isso, trabalhe o seu medo do dentista e não comente sobre o seu trauma mal resolvido perto de seu filho.

Em uma das diversas pesquisas realizadas sobre medo de ir ao dentista foi relatado que 50% têm medo. Em relação a odontofobia (aqueles que não vão ao dentista de forma alguma, por conta do medo) o número varia de 15% a 20%.

Muitas vezes, quando vou chamar a criança para entrar ouço o comentário dos pais: vamos lá que não vai doer nada. A criança é esperta e, a partir do momento que ouve que não vai doer nada, ela fica desconfiada. Quando você vai leva-la a uma festa ou algum passeio você também diz: vamos lá que não vai doer nada? Acredito que não. Então, não comente nada antes de leva-la ao consultório. Deixe que o profissional aja da maneira correta para que a visita ao dentista seja a mais natural possível.

A gravidade é, ao desistir de visitas periódicas ao dentista para prevenção ou de realizar um tratamento podemos aumentar a incidência de cáries, doenças periodontais, tratamentos extensos e mais onerosos. Sem contar que problemas bucais não tratados podem gerar problemas na saúde geral.

Você pode ajudar o seu filho a não ser mais um odontofóbico levando-o ao dentista logo que os primeiros dentinhos erupcionarem. Assim receberá toda orientação necessária para ajudar o seu filho a crescer sem cáries e a enxergar o dentista como um amigo.

É muito importante a procura de um especialista (odontopediatra), pois ele saberá criar um vínculo de afetividade com a criança tornando as visitas ao consultório agradáveis. Somente ele poderá sanar as dúvidas e inseguranças dos pais. Ele saberá qual técnica de condicionamento que deverá utilizar para que a criança se sinta segura. De acordo com a idade de cada criança, o profissional irá mostrar a importância dos cuidados com a higiene bucal e as visitas ao dentista. Poderão ser usado DVDs, livros, manequins, etc.

Um fator muito importante é que os pais valorizem a prevenção odontológica, levando seus filhos ao consultório e evitando que visita ao dentista seja somente em uma situação de emergência e de dor.
Não teremos como tornar a visita ao dentista natural e agradável se a criança só é levada nestas situações ao consultório. Outro fator importante é não usar o dentista como ameaça a criança, como por exemplo: se você não escovar os dentes, vou levá-lo ao dentista para tomar uma injeção; ou ainda: se você não fizer isso, vou levá-lo ao dentista para arrancar todos os seus dentes.

Uma pesquisa da Brunel University de Londres aponta que 30% dos pacientes evitam ou adiam a visita ao dentista por causa do barulho da broca. No consultório não trabalho mais com o “antigo motorzinho”. O novo aparelho é mais silencioso e não corta tecido moles, sendo assim é muito mais seguro para o atendimento da criança. Sem contar que o uso da anestesia, na maioria das vezes, é desnecessário.

O medo de ir ao dentista é conhecido há muitos anos. A imagem formada é de um ambulante que fazia extrações (arrancava os dentes) na rua, em feiras na frente de toda a população. As técnicas não eram de se elogiar.

Mas hoje as técnicas e a ciência evoluíram e, juntamente com a conscientização da população, podem fazer a visita ao dentista ser um momento rotineiro e sem medo.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Chupetas: saiba quando introduzir e quando retirar da rotina do bebê


A sucção é importante para satisfazer necessidades nutritivas, psicológicas e emocionais da criança e faz parte do desenvolvimento psicomotor na infância. Porém, a sucção do dedo ou chupeta é extremamente prejudicial para as arcadas dentárias, causando problemas graves como estreitamento na maxila e mordida aberta. O estreitamento da maxila leva ao posicionamento inadequado (mal oclusão) do tipo mordida cruzada. Na mordida aberta os dentes anteriores não se tocam, e pode levar ao outro mal hábito, que é a interposição lingual.

Ambos os casos são prejudiciais ao desenvolvimento dento facial e devem ser corrigidos o quanto antes. Após a correção ortodôntica, deverá ser realizada uma avaliação pelo fonoaudiólogo, para que não aja reincidência do problema. Se o hábito persistir na dentição permanente, os dentes se posicionarão conforme a deformidade das arcadas e agravarão os procedimentos de correção ortodôntica.

A questão é que, no primeiro ano de vida a boca é a região mais importante do corpo, e a sucção uma resposta natural própria dos humanos. A partir da 29ª semana de vida intrauterina já se observa a sucção, que tem como função básica a alimentação, visando à ingestão do leite materno. Entretanto ela pode representar um mecanismo para descarregar energia e tensão, servindo como fonte de prazer. A partir da sucção a criança vai desenvolver outras funções bucais, como a mastigação, deglutição e fonação.

A questão é que, toda criança necessita da sucção. Algumas saciam a fome e a necessidade de sucção ao mesmo tempo, por isso não tem a necessidade da chupeta ou dedo. Para as crianças que não conseguem saciar as duas coisas ao mesmo tempo é melhor escolher a chupeta do que o dedo. O ideal seria sempre oferecer o peito, mas se torna difícil para a mulher, quando necessários muitos momentos de sucção. Eu mesma fiz um teste com meu filho, quando era bebê, deixei ele ficar o tempo necessário, e foram quatro horas no peito.

Por outro lado, existem hábitos bucais nocivos que podem alterar o padrão normal do crescimento craniofacial, entre eles está o distúrbio de sucção não nutritiva, como chupeta e dedo, e os distúrbios funcionais, mastigação, respiração e deglutição.

Colocar as coisas na boca é a maneira que ele tem de aprender e descobrir seu mundo. Com ou sem a chupeta, o bebê descobrirá rapidamente que seus próprios dedos e mãos são bons para chupar. Segundo alguns estudos médicos, tanto as chupetas como os dedos e polegares, podem causar incômodos dentais.

Chupetas

O uso da chupeta tem seus prós e contras. A principal vantagem é acalmar o bebê e ajudá-lo a dormir. Ao sugar, os batimentos cardíacos do bebê ficam mais regulares. A necessidade de sucção do bebê é mais forte durante os primeiros meses de vida. Alguns autores aconselham o uso de chupeta ortodôntica desde os primeiros dias de vida até, no máximo, um ano e meio a dois anos. A troca do dedo pela chupeta demanda tempo, sendo necessária a persistência da mãe.

Na grande maioria das vezes, chupar chupeta pode transformar-se em um fator de desequilíbrio para a musculatura e para o posicionamento dos dentes nas arcadas. Pode influenciar negativamente o crescimento e desenvolvimento dos ossos da face, além de alterar o padrão correto da deglutição e induzir a respiração pela boca, pois os lábios se tornam flácidos, com tendência a manterem-se afastados, mesmo nos períodos em que o uso de chupeta for cessado.

A alteração mais frequente em quem chupa chupeta é a mordida aberta anterior, seguida da mordida cruzada posterior e de alterações na musculatura de lábios, língua e bochechas, que podem acarretar alterações funcionais na deglutição, na respiração e na fala.

Dedo

O dedo tem calor, odor e consistência muito aproximados aos do mamilo materno, além de estar sempre presente, o que torna sua remoção mais difícil que a chupeta. As crianças que não tiveram contato com a chupeta podem desenvolver o hábito de chupar o dedo. Destas, a maioria persiste com o hábito após os três anos de idade. Em comparação, menos de um terço das crianças que usa a chupeta continuam com ela depois dos três anos de idade.

Crianças que chupam o dedo apresentam: mordida aberta anterior e acentuada; incisivos superiores vestibularizados; incisivos inferiores verticalizados; trespasse horizontal acentuado; e mordida cruzada posterior.

Informações gerais sobre a sucção de chupeta e dedo
- Todas as crianças necessitam sugar e mastigar, mas quando essa atividade permanece por longos períodos ela se torna um hábito perigoso. O prejuízo do dente está diretamente relacionado ao fator tempo, quanto mais a criança permanece com o hábito, maior a chance de os dentes se desenvolverem em posições inadequadas. O hábito deverá ser mudado até os dois anos de idade.
- Se a crianças mamou no peito ou mamadeira de maneira adequada, o início da retirada da chupeta deverá ocorrer por volta dos seis ou sete meses de idade, quando chega o primeiro dente. A partir desse momento desenvolve-se toda a potencialidade para o início da mastigação, e por volta dos 18 meses a criança já não necessitará mais da chupeta ou dedo.
- O bico da chupeta deve ser ortodôntico, corresponder ao formato do palato e ser usada da maneira correta. Verifique se há algum sinal para que indique sua posição correta. Ela também deve ter o tamanho adequado para a idade da criança.
- O bico deve estar intacto, sem buracos ou rachaduras, de tal forma que ela não se desfaça em pedaços na boca da criança. Os pais devem puxar o bico para testar e trocar a chupeta assim que o bico demonstrar sinais de uso.
- A chupeta só deve ser dada no momento de ansiedade e tensão do bebê.
- Se a criança de início usar a chupeta para adormecer, os pais podem retirá-la assim que ela pegar no sono.
- Usar a chupeta somente para satisfazer as necessidades básicas de sugar, em geral mais acentuadas nos três primeiros meses.
- Nunca criticar, ridicularizar ou aplicar uma punição à criança por estar sugando o dedo ou a chupeta. Essas atitudes podem reforçar o hábito.
- Pais e profissionais têm papéis fundamentais na hora da remoção do hábito. O profissional deve, através de slide e fotos, mostrar dentes bonitos e feios, e explicar o que pode acontecer com os dentes da criança, se ela continuar com o hábito. Os pais devem reforçar os ensinamentos, em casa.
- Durante a remoção da chupeta, pode haver a necessidade da criança ter um objeto de transição, que propicie aconchego e segurança, pode ser um brinquedo, por exemplo.
- Quando a decisão da remoção do hábito parte da criança, raramente haverá recaída.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Fernando Borba Araújo em Brasília “Abordagem Clínica Contemporânea na Cárie Dentária na Infância”






Estive em Brasília nos dias 08 e 09 de abril, onde participei do curso teórico prático com o Prof. Dr. Fernando Borba Araújo.

Durante o curso, o professor fez várias demonstrações de técnicas restauradoras e materiais, as quais pretendo realizar em meus pacientes, satisfazendo os pais e a criança. Não detalharei aqui, pois se trata de termos técnicos direcionados apenas aos profissionais.

Dr. Fernando nos deu uma excelente explanação relacionada à Técnica de Mínima Intervenção. De acordo com o professor, é desejável que se modifique o cenário atual em relação à cárie no Brasil. No entendimento do tratamento da lesão de cárie, quando indicado a invasão aos tecidos dentários, deverá ser proposta uma mínima invasão (diagnóstico é fundamental), maior preservação da estrutura dental, impacto funcional, estético e psicológico do paciente.

Segundo Dr. Fernando é indesejável que se mantenha os paradigmas da odontologia curativa entre os profissionais, e com isto, os seus impactos negativos na população.

O professor ressaltou ser inevitável que a prática clínica seja embasada na melhor evidência científica disponível, permitindo que os avanços científicos e tecnológicos interfiram numa prática clínica de verdadeira qualidade de Promoção da Saúde.

Como já venho afirmando há muitos anos, hoje a odontologia é preventiva e os tratamentos de mínima intervenção, preservando ao máximo a estrutura dental.

Admiro muito a união da Odontopediatria do Distrito Federal e agradeço as minhas amigas por esta oportunidade e troca de experiências.

Parabéns ao Prof. Fernando pela excelente aula.

Odete Fontes (presidente da ABO-DF), Liliane A. Narciso, Gabriela Lopes, Simone Otero, Cecília Abrahão e toda a equipe da ABO, parabéns pelo evento. Foi tudo perfeito!!!

terça-feira, 12 de abril de 2016

Quem disse que cárie no dente de leite não dói?



Os dentes decíduos, conhecidos popularmente por dentes de leite por serem branquinhos, é nossa primeira dentição. Ela já esta em formação desde a vida intrauterina e os dentes começam a erupcionar por volta dos seis meses de vida.

Normalmente, aos três anos de idade, a criança terá um total de 20 dentinhos na boca. Mesmo sendo temporários, os dentinhos de leite necessitam de cuidados. É necessário realizar a escovação, usar o fio dental e fazer visita ao consultório do dentista, para receber todos os cuidados necessários e evitar que apareçam cáries.

Muitos pais acham desnecessário o cuidado com essa dentição, mas é de fundamental importância. Alguns acreditam que o dentinho de leite não dói se tiver com cárie, e que não é preciso realizar tratamento de canal. Mas um dente de leite pode doer por estar cariado e também pode ser necessário realizar o tratamento de canal.

Os dentinhos decíduos têm sua importância:
1 - Servem de guia para os dentes permanentes nascerem na posição correta.
2 - Mantém o espaço para o dente permanente.
3 - Estimulam o crescimento em altura do osso que sustenta os dentes.
4 - São importantes no corte e para correta mastigação, ajudando para boa digestão dos alimentos.
5 - Para estética - a maioria das crianças que possuem dentes destruídos se acham diferentes das demais e apresentam um sorriso fechado.
6 - Para articulação das palavras.
7 - Para evitar problemas ortodônticos.

Quando uma criança chega ao consultório com dor e necessidade de realizar um tratamento de canal é muito mais difícil seu condicionamento. Teremos um tratamento mais oneroso e que poderia ser evitado realizando a prevenção odontológica. A prevenção odontológica é sempre uma atitude inteligente.

Mais informações: (17) 3234-3809

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Por que fazer prevenção bucal periodicamente?


Assista ao vídeo e confira

A criança deve realizar visitas periódicas ao consultório a partir do momento que aparecer o primeiro dente. Além de orientar sobre a alimentação adequada e higienização (técnica de escovação, pasta e escova de dente, fio dental), no consultório a criança será avaliada quanto a necessidade do uso de flúor e selantes (eficaz na redução da cárie oclusal).

O risco a cárie é individual e o profissional irá avaliar cada paciente para indicar o melhor tratamento preventivo. Mesmo quando o problema já está instalado, seu diagnóstico e tratamento precoces fazem toda a diferença. Quando a criança tem muita cárie na dentição decídua (de leite) é preciso paralisá-la antes da erupção dos dentes permanentes.

Apesar da cárie ser a doença crônica mais comum na infância, a saúde bucal dos filhos nem sempre é vista como uma prioridade.

Prevenção bucal é uma atitude inteligente dos pais, que perdura por muitos anos. Para conquistar uma geração sem cáries é preciso investir ma saúde bucal das crianças.

Mais informações: (17) 3234-3809

quinta-feira, 31 de março de 2016

ABO do Distrito Federal leva conhecimentos aos associados



A Associação Brasileira de Odontopediatria do Distrito Federal, presidida pela Dra Odete Maria Fontes, se destaca mais uma vez. Tive a oportunidade de participar, em Brasília, do Congresso Brasileiro de Odontopediatria, em 2013, com a organização e os cursos impecáveis.

Na próxima semana, a ABO oferece aos associados e não sócios a grande oportunidade de ouvirem o Prof. Dr. Fernando Borba Araújo. Quem conhece um pouco da história do professor sabe que é um dos grandes nomes da nossa odontopediatria.

Atualmente, é professor associado da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, exercendo suas atividades docentes na área de Odontopediatria no curso de graduação (disciplinas de Introdução ao Manejo da Criança e do Adolescente e Clínica Infanto-Juvenil), como também em cursos de extensão. Participa como professor permanente no programa de pós-graduação em Odontologia da mesma Faculdade, tendo suas atividades de pesquisa concentradas, principalmente, nas áreas de Cariologia, Odontologia de Mínima Intervenção e Materiais Adesivos.

Possui experiência como docente nacional e internacional, com vários cursos ministrados dentro e fora do país.

Em Brasília, nos dias 08 e 09 de abril o Prof. estará desenvolvendo o tema “Abordagem Clínica Contemporânea da Cárie Dentária na Infância”.

Aos interessados, as inscrições poderão ser feitas através do e-mail: cursos@abodontopediatriadf.org.br

Nosso desafio, como profissionais, é sair da zona de conforto e ir em busca de atualização. Os maiores inimigos do crescimento profissional são a falta de motivação e o comodismo.
Não percam essa oportunidade de atualização!!!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Atualidades no Diagnóstico da Cárie Dentária

“Não são os mais fortes ou os mais inteligentes da espécie que sobrevivem e sim aqueles que se adaptam melhor as mudanças.” - Charles Darwin

Com esta frase o Prof. Dr. Fausto Medeiros Mendes inicio sua explanação no CIOSP 2016. Há muitos anos, a maioria das manchas nos dentes era diagnosticada como cárie e o tratamento seria a intervenção, com preparos enormes e grande desgastes dos dentes. De acordo com o Prof., nem toda mancha é cárie e não há necessidade de ser removida e restaurada.

Hoje a nossa odontologia está voltada para a mínima intervenção. Durante o exame clínico devemos ver se há presença ou ausência da cárie, se há presença de cavidade, a profundidade da lesão e se existe atividade das lesões. Quando necessário devemos usar o exame complementar radiográfico, para auxiliar no diagnóstico.

Após o diagnóstico concluído iremos traçar o plano de tratamento e preventivo adequado para o paciente. O Prof. Fausto também utiliza o índice ICDAS (International CariesDetection and Assesssment System) onde, através dos sinais clínicos encontrados é traçado um plano de tratamento individualizado.

É fundamental que o profissional esteja capacitado em fazer o diagnóstico correto e preciso, para evitar que o paciente tenha um dente restaurado sem a devida necessidade. Infelizmente, ainda temos muitos profissionais que evitam realizar um tratamento mais conservador, com o menor desgaste possível da estrutura dental.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Materiais Preventivos e Estética em Crianças Jovens



Durante o CIOSP 2016 (Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo) tive a oportunidade de, mais uma vez, ouvir a Profª Dra Sandra Kalil Bussadori. Todas as vezes que a ouvi fiquei fascinada pelo seu profissionalismo. Nunca sai de uma aula sua sem ter uma novidade para levar ao meu consultório. Um dos maiores feitos da Dra foi a idealização do “Papacarie” (elimina a dentina cariada preservando o tecido sadio, sem a utilização de anestesia local e o uso de instrumentos cortantes rotatórios, na maioria dos casos) do qual sou totalmente a favor e já uso em meu consultório há muitos anos.
De acordo com a Dra Sandra, todo odontopediatra tem que se atualizar para fazer um plano de tratamento adequado para o seu paciente. O dentista é promotor da saúde e não apenas um profissional que “abre e fecha buracos” causados pela cárie. É necessário avaliar o risco individual de cada criança e o que ela necessita para que o plano de tratamento seja adequado ao paciente. Esse plano será pautado em evidências científicas, de acordo com o risco de cárie de cada indivíduo.
Segundo a especialista, na primeira consulta, devemos avaliar o risco individual, o grau de erosão dental, a dimensão vertical de oclusão, reconhecer os diferentes tipos de manchas que podem aparecer no dente, fazer o teste salivar, verificar se o paciente é respirador bucal, seu peso e sua altura, avaliar a presença de lesões orais, identificar a presença de halitose, números de contatos oclusais e hábitos orais deletérios (roer unhas, chupar dedos). Muitas crianças que estão com mau hálito não realizam a higiene da língua ou são respiradores bucais. Se fizermos um exame clínico e anamnese satisfatórios, poderemos diagnosticar e traçar um plano de tratamento adequado.
Muitas crianças estão sendo diagnosticadas com erosão dental e de acordo com a Dra Sandra, até mesmo bebês. Devemos orientar os pais dessas crianças a esperarem de 20 a 30 minutos, depois de alimentação, para realizarem a escovação. Em pesquisas atuais de 20% a 30% da população têm defeitos no esmalte do dente. Um dos maiores problemas é a MIH (Hipomineralização Molar-Incisivo), já escrevi sobre esse tema aqui no blog. O tema está sendo um desafio para pesquisadores do mundo todo. Mesmo com a diminuição da cárie dental em crianças, ela ainda é um grande problema a ser vencido.
De acordo com a Dra, parte expressiva desse importante avanço na redução deve-se a medidas de saúde pública adotadas em escala populacional, em especial aquelas com base no uso seguro de fluoretos, bem como seu uso na prática clínica, que se tornou corriqueira e muito útil na manutenção da saúde bucal.
A doença cárie no panorama atual ainda se apresenta como um problema de saúde pública grave, haja vista que a mesma exerce uma influência significativa na qualidade de vida, bem como implicações na saúde sistêmica, ressalta Dra Sandra. A cárie esta totalmente ligada ao consumo de açúcar. É necessário conscientizar os pais que a diminuição do consumo de açúcar, a presença do flúor e a boa higiene bucal são fundamentais para o controle da cárie.
De acordo com a Dra Sandra, um método de diagnóstico deve ser suficientemente sensível para detectar lesões de cáries não cavitadas, tanto no esmalte quanto na dentina, permitindo assim o uso de medidas preventivas e evitando o posterior tratamento invasivo. Um programa preventivo é de grande importância para o controle da cárie, e as crianças que estão realizando tratamento ortodônticos devem ter cuidados redobrados.

Durante sua explanação, a Dra Sandra nos mostrou o que há de mais novo em matérias e métodos para um bom planejamento de tratamento, prevenção e realização do tratamento. Mais uma vez valeu muito estar presente em uma aula dela.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Por Uma Odontologia de Excelência


Acontece em São Paulo, entre os dias 27 e 30 de janeiro de 2016, no Expo Center Norte, com repercussão mundial, o maior evento da odontologia da América Latina, o 34 º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo-CIOSP.
Além do presidente Adriano Forghieri, o CIOSP 2016 terá coordenação executiva de Waldyr Romão Junior e a grade científica estará sob o comando de Renato Miotto Palo.
Esse evento é voltado para todas as especialidades odontológicas. Com uma grade científica repleta de bons profissionais, fica difícil optar qual curso assistir.
De acordo com a organização, dois eventos ocorrerão paralelamente ao “Congressão”: o 2º Congresso de Estética Orofacial e o ENAT 2016 - 4º Congresso Nacional de ASB e TSB. Ambos possibilitarão o aprofundamento de assuntos atuais e de interesse dos profissionais da área. Também será realizado o Encontro de Coordenadores de Saúde Pública do Estado de São Paulo.
Na Feira Odontológica estarão presentes mais de 160 expositores nacionais e de diversos países, como: Argentina, Itália, Alemanha, Canadá, China, Paquistão, México, Malásia, Israel, Holanda, Finlândia, E.U.A, Coreia, Dinamarca, Polônia, Portugal, Rússia e  Suíça.
No Congresso anterior estiveram presentes mais de 60 mil congressista. Os números demonstram e confirmam que este é o maior evento da América Latina e destaca a força da classe odontológica.
Essa será uma ótima oportunidade de aprimoramento profissional. Vamos?
Estarei lá e espero voltar com novidades. Até breve.