terça-feira, 29 de novembro de 2016

12º Encontro Nacional e 2º Encontro Internacional de Odontologia para Bebês


Como odontopediatra e por ter participado desse evento eu não poderia deixá-lo passar em branco, por isso resolvi resgatar o assunto. Araçatuba recebeu, no início de outubro, dentistas de todo o Brasil e também do exterior, para o 12º Encontro Nacional e 2º Encontro Internacional de Odontologia para Bebês. A comissão organizadora está de parabéns. Tudo esteve perfeito, desde a recepção dos congressistas no aeroporto, vocês foram fantásticos em tudo.

Durante os dias do Encontro tive a oportunidade em ouvir novamente o Prof. Dr. Gabriel Tilli Politano, a Profa Dra Sandra Echeverria e a Profa. Dra Maria Aparecida de A. M. Machado. E como sempre, eles me surpreenderam em suas explanações. Pela primeira vez ouvi o Prof. Dr. Mark L. Cannon, com o tema “Saúde bucal sistêmica: do pré-natal ao pré-adolescente”. Ele nos mostrou o caminho errado que o ser humano está tomando em relação ao uso de antibióticos, dietas mirabolantes e uso de conservantes. Destacou que estamos criando bactérias cada vez mais resistentes, que é preciso cautela. Estão querendo acabar com as bactérias, mas de acordo com Dr. Mark, a bactéria no lugar certo é importante e necessária. De acordo com ele, estudos recentes demonstram que muitas doenças da atualidade resultam de uma ruptura com o que foi o nosso biofilme normal (complexo bacteriano sobre o organismo).

Sabe-se que há 10 vezes mais células bacterianas sobre o corpo humano do que células humanas, as quais modulam todas as reações do nosso corpo com o meio ambiente, determinando se estas são saudáveis ou não. Um biofilme desorganizado pode favorecer o surgimento da síndrome do intestino permeável, bem como uma série de doenças sistêmicas autoimunes e imunomediadas. Em acréscimo, evidências científicas demonstraram uma relação causa-efeito entre biofilmes patogênicos e autismo, diabetes tipo II, esclerose múltipla, doença cardíaca, síndrome do intestino irritável e, possivelmente, até mesmo doença celíaca.

O desenvolvimento de biofilmes patogênicos ocorre precocemente nos indivíduos, até mesmo devido a práticas de saúde pré-natal deficientes. Entretanto, podem-se criar biofilmes benéficos, por meio da combinação com prebióticos, probióticos e suplementos. Além disso, o uso de alguns carboidratos naturais como xilitol e eritritol também contribui para a manutenção de biofilmes menos patogênicos, devido à inibição bacteriana promovida por estes. Tive a oportunidade de conhecer os probióticos e confesso que fiquei fascinada. Quero aprender muito mais.

Também pela primeira vez ouvi a Profa Dra Mariana Falcão Leal B Duprat, com o tema “Gastronomia na Primeira Infância”. De acordo com ela, infelizmente ainda se associa o doce a momentos de prazer e a demonstração de carinho. A obesidade no Brasil está aumentando e, segundo pesquisas, a cada cinco crianças obesas, quatro permanecerão obesas na vida adulta. Segundo a Dra Mariana a aceitação pelo doce é inata, não é necessário treiná-la. É muito importante estimular precocemente o treino do paladar para gostos não doces. Ela aconselha aleitamento materno exclusivo até os seis meses, com o uso dos bancos de leite em caso de impedimento. Leites artificiais somente em casos específicos. A partir dos seis meses oferecer frutas in natura, não substituí-las por suco. Incentivar o consumo de água. Ofertar os alimentos individualmente. Estimular os sentidos do bebê (tato, olfato, audição, paladar e visão).

Com o 12º Encontro Nacional e 2º Encontro Internacional de Odontologia para Bebês, finalizei minhas atualizações de 2016.

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