terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Materiais Preventivos e Estética em Crianças Jovens



Durante o CIOSP 2016 (Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo) tive a oportunidade de, mais uma vez, ouvir a Profª Dra Sandra Kalil Bussadori. Todas as vezes que a ouvi fiquei fascinada pelo seu profissionalismo. Nunca sai de uma aula sua sem ter uma novidade para levar ao meu consultório. Um dos maiores feitos da Dra foi a idealização do “Papacarie” (elimina a dentina cariada preservando o tecido sadio, sem a utilização de anestesia local e o uso de instrumentos cortantes rotatórios, na maioria dos casos) do qual sou totalmente a favor e já uso em meu consultório há muitos anos.
De acordo com a Dra Sandra, todo odontopediatra tem que se atualizar para fazer um plano de tratamento adequado para o seu paciente. O dentista é promotor da saúde e não apenas um profissional que “abre e fecha buracos” causados pela cárie. É necessário avaliar o risco individual de cada criança e o que ela necessita para que o plano de tratamento seja adequado ao paciente. Esse plano será pautado em evidências científicas, de acordo com o risco de cárie de cada indivíduo.
Segundo a especialista, na primeira consulta, devemos avaliar o risco individual, o grau de erosão dental, a dimensão vertical de oclusão, reconhecer os diferentes tipos de manchas que podem aparecer no dente, fazer o teste salivar, verificar se o paciente é respirador bucal, seu peso e sua altura, avaliar a presença de lesões orais, identificar a presença de halitose, números de contatos oclusais e hábitos orais deletérios (roer unhas, chupar dedos). Muitas crianças que estão com mau hálito não realizam a higiene da língua ou são respiradores bucais. Se fizermos um exame clínico e anamnese satisfatórios, poderemos diagnosticar e traçar um plano de tratamento adequado.
Muitas crianças estão sendo diagnosticadas com erosão dental e de acordo com a Dra Sandra, até mesmo bebês. Devemos orientar os pais dessas crianças a esperarem de 20 a 30 minutos, depois de alimentação, para realizarem a escovação. Em pesquisas atuais de 20% a 30% da população têm defeitos no esmalte do dente. Um dos maiores problemas é a MIH (Hipomineralização Molar-Incisivo), já escrevi sobre esse tema aqui no blog. O tema está sendo um desafio para pesquisadores do mundo todo. Mesmo com a diminuição da cárie dental em crianças, ela ainda é um grande problema a ser vencido.
De acordo com a Dra, parte expressiva desse importante avanço na redução deve-se a medidas de saúde pública adotadas em escala populacional, em especial aquelas com base no uso seguro de fluoretos, bem como seu uso na prática clínica, que se tornou corriqueira e muito útil na manutenção da saúde bucal.
A doença cárie no panorama atual ainda se apresenta como um problema de saúde pública grave, haja vista que a mesma exerce uma influência significativa na qualidade de vida, bem como implicações na saúde sistêmica, ressalta Dra Sandra. A cárie esta totalmente ligada ao consumo de açúcar. É necessário conscientizar os pais que a diminuição do consumo de açúcar, a presença do flúor e a boa higiene bucal são fundamentais para o controle da cárie.
De acordo com a Dra Sandra, um método de diagnóstico deve ser suficientemente sensível para detectar lesões de cáries não cavitadas, tanto no esmalte quanto na dentina, permitindo assim o uso de medidas preventivas e evitando o posterior tratamento invasivo. Um programa preventivo é de grande importância para o controle da cárie, e as crianças que estão realizando tratamento ortodônticos devem ter cuidados redobrados.

Durante sua explanação, a Dra Sandra nos mostrou o que há de mais novo em matérias e métodos para um bom planejamento de tratamento, prevenção e realização do tratamento. Mais uma vez valeu muito estar presente em uma aula dela.

2 comentários:

  1. Oi, sou de São José do Rio Preto, tem alguma clinica que usa o papacarie em Rio Preto?

    ResponderExcluir
  2. Boa tarde Rute,
    Me desculpe, mas só vi o seu recado hoje. Trabalho no consultório com o Papacárie e também com o apaelho CVDentus. Evitamos, dessa forma, o uso do temível "Mortozinho". Abraços
    Ana Rosa

    ResponderExcluir