segunda-feira, 30 de maio de 2016

Medo de dentista pode passar de pai para filho



Muitas crianças têm medo do dentista mesmo sem terem tido alguma experiência no consultório. Ir ao dentista é uma das obrigações que nós temos, da mesma forma que a visita ao médico é necessária para prevenção de muitas doenças. A criança está na dependência dos pais para que possa ir ao dentista e ter os cuidados necessários com a sua saúde bucal. Portanto, é dever dos pais zelar pela saúde de seus filhos.

Sei que o cenário do dentista, há anos atrás, não era nada agradável e muitos pais não se sentiam a vontade com o ambiente com jalecos... roupas brancas... máscara... agulhas... seringas... boticões... brocas... barulho do motor... e, principalmente, por  não irem ao consultório para prevenção e sim para realizarem um tratamento que muitas vezes era extenso. Muitos pais têm trauma do dentista, mas devem evitar passar o seu medo para a criança. O comportamento da criança, muitas vezes é reflexo dos pais. Por isso, trabalhe o seu medo do dentista e não comente sobre o seu trauma mal resolvido perto de seu filho.

Em uma das diversas pesquisas realizadas sobre medo de ir ao dentista foi relatado que 50% têm medo. Em relação a odontofobia (aqueles que não vão ao dentista de forma alguma, por conta do medo) o número varia de 15% a 20%.

Muitas vezes, quando vou chamar a criança para entrar ouço o comentário dos pais: vamos lá que não vai doer nada. A criança é esperta e, a partir do momento que ouve que não vai doer nada, ela fica desconfiada. Quando você vai leva-la a uma festa ou algum passeio você também diz: vamos lá que não vai doer nada? Acredito que não. Então, não comente nada antes de leva-la ao consultório. Deixe que o profissional aja da maneira correta para que a visita ao dentista seja a mais natural possível.

A gravidade é, ao desistir de visitas periódicas ao dentista para prevenção ou de realizar um tratamento podemos aumentar a incidência de cáries, doenças periodontais, tratamentos extensos e mais onerosos. Sem contar que problemas bucais não tratados podem gerar problemas na saúde geral.

Você pode ajudar o seu filho a não ser mais um odontofóbico levando-o ao dentista logo que os primeiros dentinhos erupcionarem. Assim receberá toda orientação necessária para ajudar o seu filho a crescer sem cáries e a enxergar o dentista como um amigo.

É muito importante a procura de um especialista (odontopediatra), pois ele saberá criar um vínculo de afetividade com a criança tornando as visitas ao consultório agradáveis. Somente ele poderá sanar as dúvidas e inseguranças dos pais. Ele saberá qual técnica de condicionamento que deverá utilizar para que a criança se sinta segura. De acordo com a idade de cada criança, o profissional irá mostrar a importância dos cuidados com a higiene bucal e as visitas ao dentista. Poderão ser usado DVDs, livros, manequins, etc.

Um fator muito importante é que os pais valorizem a prevenção odontológica, levando seus filhos ao consultório e evitando que visita ao dentista seja somente em uma situação de emergência e de dor.
Não teremos como tornar a visita ao dentista natural e agradável se a criança só é levada nestas situações ao consultório. Outro fator importante é não usar o dentista como ameaça a criança, como por exemplo: se você não escovar os dentes, vou levá-lo ao dentista para tomar uma injeção; ou ainda: se você não fizer isso, vou levá-lo ao dentista para arrancar todos os seus dentes.

Uma pesquisa da Brunel University de Londres aponta que 30% dos pacientes evitam ou adiam a visita ao dentista por causa do barulho da broca. No consultório não trabalho mais com o “antigo motorzinho”. O novo aparelho é mais silencioso e não corta tecido moles, sendo assim é muito mais seguro para o atendimento da criança. Sem contar que o uso da anestesia, na maioria das vezes, é desnecessário.

O medo de ir ao dentista é conhecido há muitos anos. A imagem formada é de um ambulante que fazia extrações (arrancava os dentes) na rua, em feiras na frente de toda a população. As técnicas não eram de se elogiar.

Mas hoje as técnicas e a ciência evoluíram e, juntamente com a conscientização da população, podem fazer a visita ao dentista ser um momento rotineiro e sem medo.

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