sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Feliz Natal! Feliz Ano Novo!
“Para ganhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.” - Carlos Drummond de Andrade
E lá se vai mais um ano. E eu tenho muito a agradecer.
Agradecer a Deus por me dar saúde e poder exercer a odontopediatria, profissão que me realiza.
Agradecer por ter tido a oportunidade de atender tantos pequenos, e outros não tão pequenos, durante o ano e por toda a alegria que me proporcionaram.
Agradecer aos pais pela confiança depositada em mim. Vocês são peça chave para conseguirmos uma Geração sem Cáries.
Agradecer pela família que tenho, com a qual posso contar nos momentos mais difíceis. Isso me dá um conforto muito grande. Em especial ao meu marido, meu filho e meus pais, que estão sempre me apoiando.
Agradecer por novos amigos que fiz durante o ano e pelos velhos amigos que sempre me divertem e ajudam.
Agradeço a minha equipe de trabalho que é fundamental no meu dia a dia no consultório. A equipe da Pericoco Comunicação e Ideias que está desenvolvendo o site do Geração sem Cáries.
Agradeço a oportunidade de ter participado de tantos congressos voltados para odontopediatria e trazer o melhor para os meus pequenos.
Agradeço por ter encontrado uma turminha maravilhosa (minhas vizinhas e a Assessoria Esportiva) que me colocou para praticar exercícios. Como tem me feito bem.
Olhem só, eu pensei que 2014 não tinha sido um ano bom para mim. Quando parei para agradecer percebi o quanto fui privilegiada esse ano.
Que Deus os abençoe ! Que o novo ano seja do bem... do próximo... da lealdade... da amizade... da felicidade... da sustentabilidade... da justiça... da fraternidade...
Que todos nós façamos a diferença em 2015. Desperte o Novo Ano que está dentro de você.
Voltaremos a nos encontrar no ano que está chegando.
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Traumatismo dentário em crianças requer 'sangue frio' dos pais
Matéria publicada no Jornal Diário da Região em 19 de Novembro de 2014.
Por Juliana Ribeiro.
Clique aqui para ver no Diarioweb
Quem tem criança sabe o quanto é comum os pequenos levarem alguns tombos enquanto estão aprendendo a andar. Assim que dão os primeiros passos, sentem-se capazes de sair correndo e, entre uma queda e outra, podem bater os dentes. É nesse momento que muitos pais entram em pânico. Quando a criança cai e bate a boca, ela pode sofrer um traumatismo dentário, e o dente sair por inteiro ou ficar mole dentro da boca. Além da dor e do susto, é normal sangrar, cenário que deixa todo mundo assustado.
Mas antes de entrarem em pânico, os pais devem dar atenção a certos cuidados. Para a odontopediatra Ana Rosa Kuymjian Albieri, a primeira coisa que os pais podem fazer é uma compressa com pano limpo e, em seguida, procurar um dentista, que é o profissional habilitado para realizar o exame clínico e radiográfico. "Se isso acontecer com um dente de leite (dentição decídua), na minha opinião, ele não deve ser recolocado no lugar se a remoção foi completa", explica. Ainda de acordo com a especialista, quando o dentinho de leite sai da boca devido a um trauma, ao tentar recolocá-lo no lugar, podemos encostar sua raiz na coroa do dente permanente em desenvolvimento e, desta forma, causar algum dano quando esse dente irromper.
"Com a radiografia em mãos, o dentista irá verificar se o dente permanente continua na posição correta e também se não ficou nenhum pedacinho do dente de leite no local. Caso o traumatismo dental atinja um dente permanente, o cuidado inicial é o mesmo, porém, é importante procurar o dente perdido. Esteja atento para não segurá-lo pela raiz, e sim pela coroa (as fibras do ligamento periodontal são muito sensíveis e devemos preservá-la para um resultado melhor). Lave em água corrente ou em soro fisiológico, sem esfregar, para retirar a sujeira. você pode tentar colocá-lo no local, para que fique protegido até chegar ao dentista. Se não conseguir, leve-o em um recipiente contendo leite. Se não tiver leite, guarde-o dentro da boca, entre a bochecha e os dentes: a saliva é o melhor meio de conservação em uma situação como essa", ensina. Outro alerta importante é não esperar mais de 30 minutos para procurar um especialista. Quanto antes o paciente for atendido, maior é a chance de reimplantar o dente. "O tempo que o dente permanente fica fora da boca deve ser o mínimo possível, pois as chances de reimplante diminuem com o passar do tempo. O profissional habilitado dará continuidade ao tratamento, de acordo com a resposta do dente ao processo de reimplante", alerta Ana Rosa.
O melhor é manter a calma
Antonio José Gracindo, pai do pequeno Pedro, de 4 anos, conta que aos 3 anos o filho veio correndo ao seu encontro quando tropeçou e bateu a boca em um degrau. "Na hora, além do dente ter voado, saía muito sangue da boca e do nariz. Ele chorava demais, o que não ajudava a ver o que realmente tinha acontecido. Eu e minha esposa conseguimos lavar o rosto dele e corremos para um dentista. Um dos dentes saiu inteiro o outro quebrou. Na hora o dentista fez uma radiografia e, como não sabíamos como preservar o dente, no susto saímos correndo para o primeiro dentista, sem ligar para saber a melhor forma de proceder, e não foi possível reimplantá-lo."
O dente que quebrou foi tratado e refeito com resina; já o que caiu, a família está fazendo acompanhamento para ter certeza de que, mesmo com o trauma, o dente permanente irá nascer normalmente. "Por enquanto, tudo parece estar normal. Só faz 4 meses do ocorrido. Vamos aguardar para ver quais os procedimentos que teremos de tomar daqui para frente", diz o pai. Para o cirurgião dentista Leandro Moreira Tempest, mestre em diagnóstico bucal do curso de odontologia da Unorp, o sangramento abundante é normal e pode estar associado a cortes nos lábios, bochecha e pele.
"O melhor a fazer é manter a calma e, em um primeiro momento, tentar estancar o sangue com uma fralda limpa ou uma toalha. Se o sangramento parar, pode-se lavar a área com água e sabão e, após isso, procurar pronto atendimento. Procure no local possíveis fragmentos ósseos ou dentários e leve-os consigo", explica. Ainda de acordo com Tempest, na maior parte dos casos de avulsão de dentes permanentes, sim, é possível recuperar; já com os dentes de leite, há algumas restrições, como a localização do dente permanente no interior do alvéolo, o que pode tornar contraindicado o reimplante. "O mais importante é não ficar manipulando o dente com as mão sujas."
Após o trauma, como proceder
A odontopediatra Ana Rosa Kuymjian Albieri explica que, "dependendo da gravidade do trauma, há necessidade de uso de medicamentos. Nos primeiros dias, é importante oferecer uma alimentação mais pastosa e líquida. O local deve estar sempre limpo, para evitar infecções, e o dentista deverá orientar os pais de como realizar essa limpeza." Ana Rosa ainda reforça que, se o dente lesionado for um dentinho anterior e a criança chupar chupeta e usar mamadeira, deve-se evitar o uso. "Para todos os tipos de trauma o paciente terá de ter acompanhamento, pois, em alguns casos, podemos ter complicações tardias, como a necessidade de se fazer tratamento de canal, correção ortodôntica, etc", diz.
Diminua o risco
Algumas atitudes por parte dos pais podem ajudar a prevenir as chances de acidente dentário com a criança? Para o cirurgião dentista Leandro Moreira Tempest, sim, algumas atitudes podem ajudar, como: estabelecer limites para a criança, ensiná-las disciplina e os perigos também. "Não deixe seu filho correndo solto pela casa, sem nenhum cuidador por perto. Cuidado com as cantoneiras de mesa, estantes, pias de cozinha e banheiro. O contato com outras crianças pode ser saudável, mas há um ditado que diz: 'Brincadeiras de mão acabam em choro', pois cotoveladas e cabeçadas podem acontecer", alerta.
Cuide Bem
:: Conscientize a família toda sobre a importância da escovação
:: Escove os dentes sempre após as refeições principais e intermediárias (lanchinhos)
:: Controle a ingestão de alimentos que contenham açúcar, mesmo aqueles que aparentemente não levem açúcar, como catchup e salgadinhos industrializados
:: Vá ao dentista pelo menos duas vezes ao ano ou mais, dependendo do caso
Fonte: Leandro Moreira Tempest, cirurgião dentista
Outros tipos de trauma dentário
Concussão
:: É o tipo de traumatismo mais frequente na dentição decídua. Ocorre o rompimento de algumas fibras do ligamento periodontal, com pequenas áreas de hemorragia e edema. Não há sangramento visível, nem deslocamento ou mobilidade dental, e muitas vezes passa desapercebido pelos responsáveis
:: Tratamento: não requer tratamento específico. Indicamos alimentação mais pastosa e líquida e
limpeza da área afetada, de acordo com a indicação
do profissional. Acompanhamento clínico e raio-X,
quando necessário
Subluxação
:: Não há deslocamento do dente afetado, o que ocorre é o rompimento de um número maior de fibras do ligamento periodontal, aumentando as áreas de hemorragia e edema. Logo após o trauma, pode ser observado sangramento pelo sulco gengival. Pode haver uma leve mobilidade dental, que deve diminuir em uma a duas semanas. O dente pode escurecer.
:: Tratamento: repouso da área (indicar alimentação mais pastosa e líquida para preservar a área afetada) e limpeza com orientação do profissional. De acordo com o grau de mobilidade, o profissional irá avaliar a necessidade ou não de se fazer a contenção do dentes afetados. Fazer acompanhamento clínico e raio-X
Intrusão
:: É o deslocamento do dente para dentro do seu alvéolo ósseo, com compressão das fibras do ligamento periodontal, e em alguns casos ocorre fratura do osso alveolar. A intrusão pode ser parcial ou total, chegando a desaparecer totalmente a parte da coroa dental da cavidade bucal, dando a impressão de que o dente saiu da boca (avulsão)
:: Tratamento: repouso e limpeza da área afetada. Acompanhamento clínico e com raio-X. Normalmente, o dente afetado tem capacidade de reerupção, principalmente o dente decíduo. A erupção inicial ocorre nos primeiros 15 dias, mas o aparecimento de toda a coroa na cavidade bucal pode demorar até 6 meses. Caso o dente tenha esmagado e inviabilizado um grande número de fibras do ligamento periodontal ou fraturado o osso alveolar, não será possível sua reerupção, sendo indicada a extração do dente
Fonte: Ana Rosa Kuymjian Albieri, odontopediatra
Por Juliana Ribeiro.
Clique aqui para ver no Diarioweb
Quem tem criança sabe o quanto é comum os pequenos levarem alguns tombos enquanto estão aprendendo a andar. Assim que dão os primeiros passos, sentem-se capazes de sair correndo e, entre uma queda e outra, podem bater os dentes. É nesse momento que muitos pais entram em pânico. Quando a criança cai e bate a boca, ela pode sofrer um traumatismo dentário, e o dente sair por inteiro ou ficar mole dentro da boca. Além da dor e do susto, é normal sangrar, cenário que deixa todo mundo assustado.
Mas antes de entrarem em pânico, os pais devem dar atenção a certos cuidados. Para a odontopediatra Ana Rosa Kuymjian Albieri, a primeira coisa que os pais podem fazer é uma compressa com pano limpo e, em seguida, procurar um dentista, que é o profissional habilitado para realizar o exame clínico e radiográfico. "Se isso acontecer com um dente de leite (dentição decídua), na minha opinião, ele não deve ser recolocado no lugar se a remoção foi completa", explica. Ainda de acordo com a especialista, quando o dentinho de leite sai da boca devido a um trauma, ao tentar recolocá-lo no lugar, podemos encostar sua raiz na coroa do dente permanente em desenvolvimento e, desta forma, causar algum dano quando esse dente irromper.
"Com a radiografia em mãos, o dentista irá verificar se o dente permanente continua na posição correta e também se não ficou nenhum pedacinho do dente de leite no local. Caso o traumatismo dental atinja um dente permanente, o cuidado inicial é o mesmo, porém, é importante procurar o dente perdido. Esteja atento para não segurá-lo pela raiz, e sim pela coroa (as fibras do ligamento periodontal são muito sensíveis e devemos preservá-la para um resultado melhor). Lave em água corrente ou em soro fisiológico, sem esfregar, para retirar a sujeira. você pode tentar colocá-lo no local, para que fique protegido até chegar ao dentista. Se não conseguir, leve-o em um recipiente contendo leite. Se não tiver leite, guarde-o dentro da boca, entre a bochecha e os dentes: a saliva é o melhor meio de conservação em uma situação como essa", ensina. Outro alerta importante é não esperar mais de 30 minutos para procurar um especialista. Quanto antes o paciente for atendido, maior é a chance de reimplantar o dente. "O tempo que o dente permanente fica fora da boca deve ser o mínimo possível, pois as chances de reimplante diminuem com o passar do tempo. O profissional habilitado dará continuidade ao tratamento, de acordo com a resposta do dente ao processo de reimplante", alerta Ana Rosa.
O melhor é manter a calma
Antonio José Gracindo, pai do pequeno Pedro, de 4 anos, conta que aos 3 anos o filho veio correndo ao seu encontro quando tropeçou e bateu a boca em um degrau. "Na hora, além do dente ter voado, saía muito sangue da boca e do nariz. Ele chorava demais, o que não ajudava a ver o que realmente tinha acontecido. Eu e minha esposa conseguimos lavar o rosto dele e corremos para um dentista. Um dos dentes saiu inteiro o outro quebrou. Na hora o dentista fez uma radiografia e, como não sabíamos como preservar o dente, no susto saímos correndo para o primeiro dentista, sem ligar para saber a melhor forma de proceder, e não foi possível reimplantá-lo."
O dente que quebrou foi tratado e refeito com resina; já o que caiu, a família está fazendo acompanhamento para ter certeza de que, mesmo com o trauma, o dente permanente irá nascer normalmente. "Por enquanto, tudo parece estar normal. Só faz 4 meses do ocorrido. Vamos aguardar para ver quais os procedimentos que teremos de tomar daqui para frente", diz o pai. Para o cirurgião dentista Leandro Moreira Tempest, mestre em diagnóstico bucal do curso de odontologia da Unorp, o sangramento abundante é normal e pode estar associado a cortes nos lábios, bochecha e pele.
"O melhor a fazer é manter a calma e, em um primeiro momento, tentar estancar o sangue com uma fralda limpa ou uma toalha. Se o sangramento parar, pode-se lavar a área com água e sabão e, após isso, procurar pronto atendimento. Procure no local possíveis fragmentos ósseos ou dentários e leve-os consigo", explica. Ainda de acordo com Tempest, na maior parte dos casos de avulsão de dentes permanentes, sim, é possível recuperar; já com os dentes de leite, há algumas restrições, como a localização do dente permanente no interior do alvéolo, o que pode tornar contraindicado o reimplante. "O mais importante é não ficar manipulando o dente com as mão sujas."
Após o trauma, como proceder
A odontopediatra Ana Rosa Kuymjian Albieri explica que, "dependendo da gravidade do trauma, há necessidade de uso de medicamentos. Nos primeiros dias, é importante oferecer uma alimentação mais pastosa e líquida. O local deve estar sempre limpo, para evitar infecções, e o dentista deverá orientar os pais de como realizar essa limpeza." Ana Rosa ainda reforça que, se o dente lesionado for um dentinho anterior e a criança chupar chupeta e usar mamadeira, deve-se evitar o uso. "Para todos os tipos de trauma o paciente terá de ter acompanhamento, pois, em alguns casos, podemos ter complicações tardias, como a necessidade de se fazer tratamento de canal, correção ortodôntica, etc", diz.
Diminua o risco
Algumas atitudes por parte dos pais podem ajudar a prevenir as chances de acidente dentário com a criança? Para o cirurgião dentista Leandro Moreira Tempest, sim, algumas atitudes podem ajudar, como: estabelecer limites para a criança, ensiná-las disciplina e os perigos também. "Não deixe seu filho correndo solto pela casa, sem nenhum cuidador por perto. Cuidado com as cantoneiras de mesa, estantes, pias de cozinha e banheiro. O contato com outras crianças pode ser saudável, mas há um ditado que diz: 'Brincadeiras de mão acabam em choro', pois cotoveladas e cabeçadas podem acontecer", alerta.
Cuide Bem
:: Conscientize a família toda sobre a importância da escovação
:: Escove os dentes sempre após as refeições principais e intermediárias (lanchinhos)
:: Controle a ingestão de alimentos que contenham açúcar, mesmo aqueles que aparentemente não levem açúcar, como catchup e salgadinhos industrializados
:: Vá ao dentista pelo menos duas vezes ao ano ou mais, dependendo do caso
Fonte: Leandro Moreira Tempest, cirurgião dentista
Outros tipos de trauma dentário
Concussão
:: É o tipo de traumatismo mais frequente na dentição decídua. Ocorre o rompimento de algumas fibras do ligamento periodontal, com pequenas áreas de hemorragia e edema. Não há sangramento visível, nem deslocamento ou mobilidade dental, e muitas vezes passa desapercebido pelos responsáveis
:: Tratamento: não requer tratamento específico. Indicamos alimentação mais pastosa e líquida e
limpeza da área afetada, de acordo com a indicação
do profissional. Acompanhamento clínico e raio-X,
quando necessário
Subluxação
:: Não há deslocamento do dente afetado, o que ocorre é o rompimento de um número maior de fibras do ligamento periodontal, aumentando as áreas de hemorragia e edema. Logo após o trauma, pode ser observado sangramento pelo sulco gengival. Pode haver uma leve mobilidade dental, que deve diminuir em uma a duas semanas. O dente pode escurecer.
:: Tratamento: repouso da área (indicar alimentação mais pastosa e líquida para preservar a área afetada) e limpeza com orientação do profissional. De acordo com o grau de mobilidade, o profissional irá avaliar a necessidade ou não de se fazer a contenção do dentes afetados. Fazer acompanhamento clínico e raio-X
Intrusão
:: É o deslocamento do dente para dentro do seu alvéolo ósseo, com compressão das fibras do ligamento periodontal, e em alguns casos ocorre fratura do osso alveolar. A intrusão pode ser parcial ou total, chegando a desaparecer totalmente a parte da coroa dental da cavidade bucal, dando a impressão de que o dente saiu da boca (avulsão)
:: Tratamento: repouso e limpeza da área afetada. Acompanhamento clínico e com raio-X. Normalmente, o dente afetado tem capacidade de reerupção, principalmente o dente decíduo. A erupção inicial ocorre nos primeiros 15 dias, mas o aparecimento de toda a coroa na cavidade bucal pode demorar até 6 meses. Caso o dente tenha esmagado e inviabilizado um grande número de fibras do ligamento periodontal ou fraturado o osso alveolar, não será possível sua reerupção, sendo indicada a extração do dente
Fonte: Ana Rosa Kuymjian Albieri, odontopediatra
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
CFO quer maior compromisso com a saúde bucal
Ao ler a revista
do Conselho Federal de Odontologia (CFO), me interessei pelo texto do Ailton
Diogo Morilhas Rodrigues, atual presidente da entidade. Ele relata que é um
compromisso do CFO, zelar pela saúde bucal do brasileiro e valorizar a ética da
profissão no país, aproximando profissionais e pacientes. O Conselho se
preocupa em saber como as ações de saúde bucal chegam até a população e se esta
usa esse seu direito público.
Pensando nisso o
CFO encomendou uma pesquisa ao Datafolha sobre conhecimentos, hábitos e
atitudes da população, para mapear o setor e conduzir projetos para políticas
públicas específicas, na defesa do cidadão e dos profissionais. Ainda de acordo
com Ailton, os dados levantados embasam um relatório de pleitos e recomendações
da classe odontológica que serão entregues aos principais candidatos à
Presidência da República, para o mandato 2015-2018.
Foram
entrevistadas 2085 pessoas a partir dos 16 anos e economicamente ativas; de
todos os níveis sociais e regiões do País. As entrevistas foram feitas em 133
municípios de grande, médio e pequeno porte, em cidades do interior e da regiões
metropolitanas.
O cirurgião
dentista ganhou em média nota nove (profissionais da rede pública ganharam nota
8,5 e os particulares 9,2) e é reconhecido como profissional importante para
diminuir as dores de dentes da população, porém precisa de melhores condições
para trabalhar, além de maior divulgação das políticas públicas existentes.
Segundo a
pesquisa, o brasileiro sabe da importância de ir ao dentista, no entanto a
falta de hábito dessa visita é maior entre os que têm renda familiar mensal de
até dois salários mínimos. Com isso, constatamos a necessidade de programas
públicos que atendam essa população de renda mais baixa. É preciso que se tenha
a consciência de que todos podem fazer uso dos serviços públicos.
Também constatou-se
que a maioria acha difícil utilizar o serviço público em caso de emergência, 66%
declararam não conseguir atendimento público de urgência. Outro fato que chamou a atenção é que 2/3 dos
brasileiros adultos não estão cientes de que a legislação do país garante o
atendimento a urgências odontológicas, prevenção, assistência e reabilitação da
saúde bucal e, entre os que sabem, acham que esses direitos em relação à saúde
bucal não são efetivamente atendidos.
Dos
entrevistados que não estavam em tratamento, 68% afirmaram que vão ao dentista uma
vez por ano, 11% declararam que não costumam ir ao dentista (os mais velhos,
com ensino fundamental, menor renda, moradores do Nordeste e de cidades do
interior). Somente 2% nunca foram ao dentista. Esse número foi considerado
baixo porque a população entrevistada é composta de pessoas acima de 16 anos.
Segundo a
pesquisa pode-se cogitar que durante o ano de 2013 e os cinco primeiros meses
de 2014, 111 milhões de pessoas foram ao dentista. Destes, 70% utilizou o
serviço particular e 28% o público.
Em relação aos
procedimentos mais procurados no atendimento público: 33% para extração, 30%
para limpeza, 27% para restauração e 4% tratamento de canal. No privado foram
40% para limpeza, 25% restauração, 17% extração e 12% tratamento de canal.
Dos entrevistados,
59% acham seu estado de saúde bucal ótimo ou bom. Neste número se encontram os
mais jovens, mais escolarizados e das classes sociais mais altas. E 10% dos
entrevistados acham a saúde bucal ruim ou péssima.
Foi constatado
que um a cada quatro brasileiros iniciam um tratamento, mas não terminam. Nos
serviços públicos apenas 6% fazem essa alegação e o maior problema o
agendamento da consulta (23%). Já no serviço particular agendar consulta não é
problema (2%), mas condições financeiras sim (23%). Mesmo com essas
dificuldades, a pesquisa indica que 31 milhões de brasileiros estão realizando
algum tipo de tratamento odontológico.
Em média 49% da
população escova os dentes três vezes ao dia: 78% ao levantar, antes do café da
manhã;,76% depois do almoço; e 61% antes de dormir. Com relação ao fio dental, 57%
afirmaram usar sendo que: 30% usam mais de uma vez por dia e 17% uma vez ao
dia. Os entrevistados com filhos de até 18 anos: 72% já foram ao dentista,
sendo que 48% vão uma vez a cada seis meses.
Em relação ao
Programa Brasil Sorridente, a maioria não conhece, e os que conhecem (44%),
apenas 7% estão realmente bem informados. Há uma falta de divulgação do Programa,
já que 55% dos entrevistados não sabem se ele existe na sua cidade e 33% afirmam
não existir.
O Programa é uma
grande benfeitoria para a população, trouxe grande avanço para saúde bucal, mas
é preciso que mais pessoas saibam e tenham acesso a ele. Apenas 15% já utilizaram os serviços e desses,
81% o avaliaram como bom ou ótimo.
De acordo com
Morrilhas, saúde bucal pública é obrigação dos governos e prevista em leis. Com
o resultado da pesquisa será editado um documento oficial, chamado “O que
esperamos do próximo presidente”, como proposta da sociedade por meio da classe
odontológica.
“A finalidade é
mobilizar instituições, governos, sociedade e os que se empenham na realização
de debates e ações políticas e sociais, nas esferas: social, comunicacional,
política e profissional, para continuarmos o caminho de fazer chegar a todos os
brasileiros seus direitos adquiridos pela cidadania. O CFO quer uma odontologia
mais fortalecida e para isso irá gerar pautas no Congresso, junto aos órgãos
públicos e da categoria, para colocar as ações do Conselho na agenda federa”,
finaliza Morrilhas.
terça-feira, 30 de setembro de 2014
Estética nos dentes decíduos (de leite)
O último curso
que assisti no ALOP 2014 foi com a Dra. Maria Salete. Quem é profissional da
área odontológica sabe da importância que ela tem para a odontopediatria.
Neste evento, a
Dra. Maria Salete nos presenteou com o tema “Estética nos Dentes Decíduos”. De
acordo com ela, a criança de hoje também se preocupa com a estética. Além dos
responsáveis estarem em busca de um sorriso aceito na sociedade, as crianças
estão mais preocupadas também. Vale ressaltar, que a estética é individual. Às
vezes o que está bom para um indivíduo, não está para outro.
Segundo a
profissional, senso de beleza, refinamento, expressão, interpretação e
experiência tornam o indivíduo original. O tratamento estético pode realçar a
imagem física do paciente. O sorriso encanta e é uma qualidade para a aparência
do indivíduo.
Durante sua
palestra, a Dra. Maria Salete nos orientou em relação a manchas intrínsecas,
manchas extrínsecas, facetas diretas em resina composta, coroas totais
anteriores diretas e indiretas, próteses fixas, mantenedores de espaço e
prótese total. Não entrarei em detalhe sobre cada tópico, por se tratar de
assunto técnico e totalmente voltado para a odontopediatria.
Autora de diversos
livros que são de grande valia para os profissionais da área, a importância da
Dra. Maria Salete, para nossa odontopediatria, fica evidente pela forma como
sua suas aulas são disputadas, pois ela tem o dom da palavra. É sempre muito
bom ouvi-la. Me emocionei quando, ao final do curso, ela foi aplaudida por
todos os participantes de pé, essa foi mais uma prova do carinho e respeito que
todos tem por ela, e de sua importância para a odontopediatria.
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Prevenção da Cárie em Odontopediatria – Riscos e Intervalo de Retorno
Dr. Fausto Mendes que entregou o certificado, ao lado dele a Dra. Denisse,
e logo depois,Dra. Jenny
e logo depois,Dra. Jenny
“Prevenção
da Cárie em Odontopediatria – Riscos e Intervalo de Retorno” foi o tema que
mais me interessei o congresso ALOP 2014, pois a prevenção é o meu dia-a-dia no
consultório. Meu maior desafio é conscientizar os pais da importância da
prevenção, para a formação de uma geração sem cáries. Mesmo com todo avanço da odontologia
preventiva e sua divulgação nos meios de comunicação, infelizmente ainda
existem crianças com cárie. Eu acredito que isso se deve a fatores culturais e
econômicos.
Segundo a Dra.
Denisse Aguilar Galvez, do Peru, seria de grande importância o trabalho
conjunto de ginecologista-pediatra-odontopeditra.
A prevenção deve
se iniciar com a gestante. Os profissionais tem que mostrar à futura mamãe a
importância de cuidar da sua saúde bucal e depois da boquinha do bebê. Devemos
motivá-las a terem esses cuidados.
Para a mamãe são
passados, além dos cuidados com a higiene bucal, os cuidados com o aleitamento
materno, alimentação, uso da chupeta, mamadeira e tudo que interfira na saúde
bucal do bebê.
De acordo com a
Dra. Denisse, a prevenção tem como base a higiene bucal e o controle do biofilme
(placa bacteriana). Como eu já escrevi diversas vezes no blog: a prevenção é
simples, menos onerosa e é necessário disciplina por parte dos responsáveis
para um resultado positivo.
Uma maneira de
motivar os pais a cuidarem da boquinha de seus filhos é mostrar o biofilme (placa)
que se forma no dentinho, e ensiná-los que esse é o início para formação da
cárie. Portanto, é necessário uma boa escovação e uso do fio dental diariamente,
para mantermos a saúde bucal.
A Dra. Jenny
Abanto, que também ministrou a palestra sobre o tema acima, nos lembrou que a
cárie é uma doença multifatorial. Todos os pacientes tem risco à cárie. É
preciso fazer uma boa avaliação para determinar esse risco.
Segundo a Dra.
Jenny, existe uma relação socioeconômica e de escolaridade dos pais, com os
fatores de risco. O que significa que esse fator, que contribui para o aumento
do risco e o aparecimento de novas lesões de cárie, ou o aumento das lesões já
existentes, pode ser biológico e/ou social.
O consumo de
açúcar é o maior problema para desenvolver a cárie, em pacientes que não estão
expostos a aplicação de flúor. Segundo evidências científicas, sem o uso
regular de dentifrícios fluoretados, uma desmineralização do esmalte ocorre com
apenas três exposições diárias ao açúcar.
A Dra. Jenny
relata que existe associação entre mãe e filho de transmissão do microrganismo
da cárie, mas isso não quer dizer que a criança irá desenvolver a cárie. A
microbiota cariogênica a criança adquire da mãe, babá, pai, amigos, enfim toda
criança acabará tendo essa transmissão, faz parte da natureza do bebê. Mais
importante do que a transmissão de microrganismo é a transmissão de hábitos de
higiene e alimentação, que muitas vezes são incorretos.
A transmissão desses
hábitos é que fará a diferença para que uma criança cresça sem cáries. O risco
de cárie muda e a criança deve ser reavaliada a cada visita ao consultório.
Vale ressaltar que o risco pode ser diferente, de uma criança para outra.
Precisamos avaliar fatores biológicos e socioeconômicos.
O intervalo das
prevenções será determinado com base no risco e atividades de cáries
específicos de cada paciente, e de acordo com a experiência do profissional, finalizou
a Dra. Jenny.
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
terça-feira, 9 de setembro de 2014
Saúde bucal das crianças no Brasil
Durante o ALOP
2014 tive a oportunidade em ouvir o Dr. Marco Antonio Manfredine. Ele nos
trouxe os dados mais recentes da situação da saúde bucal no Brasil.
De acordo com o último
levantamento, realizado em 2013, houve uma diminuição no número de crianças com
cárie, em determinadas regiões do nosso país. Há uma desigualdade muito grande,
crianças nascidas na região norte, tem quase o dobro de chance de ter cárie, do
que crianças que nascem na região sudeste.
A pesquisa foi
realizada em 177 municípios, 26 capitais, Distrito Federal e 30 municípios de
cada região do país.
Foram
entrevistados e realizados exames bucais em 38 mil habitantes, divididos por
faixa etária:
- crianças aos cinco anos;
- crianças aos 12 anos;
- adolescentes de 15 a19 anos;
- adultos de 35 a 44 anos; e
- idosos de 64 a 74 anos.
O resultado
demonstrou que houve um aumento no número de crianças de 12 anos, livres de
cáries, passando de 31% para 44%. De acordo com o Dr. Marco, isso significa que
1,6 milhões de dentes deixaram de ser afetados pela cárie, levando em
consideração crianças dessa faixa etária, entre os anos 2003 e 2010.
O Dr Marco
relata que todas as regiões melhoram seu índice, dentro desse período, exceto a
região norte, que teve um ligeiro aumento. Os valores extremos (norte e
sudeste) mostram uma diferença de quase 90%.
Uma atenção
especial deve ser dada a dentição de leite, pois durante a realização do exame
clínico em crianças de cinco anos, a média foi 2,3 dentes cariados, sendo que
desses apenas 20% estavam tratados no momento do exame. Há uma necessidade de
melhorar o acesso dessas crianças ao serviço odontológico, pois a quantidade de
dentes tratados é muito insatisfatória.
Foi constatado
que a presença de cálculo e sangramento gengival é mais comum entre os que têm 12
anos, e os adolescentes. As formas mais graves da doença periodontal aparecem
de modo mais significativo nos adultos (35 a 44 anos), em que se observa uma
prevalência de 19%.
Problemas de
oclusão foram avaliados em crianças de 12 anos e adolescentes entre 15 a 19
anos. O resultado apontou que aos 12 anos, 38% apresentam problema de oclusão. Em
20% dessas crianças, os problemas se expressam da forma mais branda. Outros 11%
tem oclusopatia severa e 7% muito severa, sendo que essa precisa de medidas
urgentes para realização do tratamento, sendo uma prioridade em termos de saúde
pública.
Com relação a
fluorose no Brasil, 16,7% apresentaram o problema, sendo que 15,1% são de nível muito leve (10,8%) e de nível
leve (4,3%); e 1,5% moderada. O percentual de examinados com fluorose grave pode ser considerado nulo. A
região com maior índice é o Sudeste (19,1%), e a com menor é o Norte (10,4%).
De acordo com a
pesquisa em relação a dor de dente, 23% referiram ter sofrido dor nos seis
meses anteriores a pesquisa. Estes percentuais variam pouco entre os cinco e 44
anos (21% aos cinco anos; e 27% entre 35 e 44 anos). O percentual diminui para
10% nos idosos entre 65 a 74 anos, provavelmente decorrente da perda de dentes.
A política
nacional de saúde bucal consiste em promoção, prevenção, recuperação e
manutenção da saúde bucal dos brasileiros.
Concluindo a
pesquisa, a saúde bucal no Brasil melhorou nos 20 anos de SUS. Isto se constata
na redução de cárie entre crianças e adolescentes; ampliação do acesso da
população a fluoretação da água e consumo de produtos de higiene bucal; e expansão
dos serviços públicos odontológicos e implantação de um dinâmico complexo
médico-industrial na área odontológica.
Ainda de acordo
com o Dr. Marco, persistem graves problemas como a presença de elevados índices
de doenças bucais em determinados grupos populacionais, como adultos e idosos;
a distribuição desigual das doenças bucais, de acordo com os determinantes
sociais e as disparidades regionais; a dificuldade no acesso à assistência
odontológica; e o aumento no número de casos e óbitos por câncer bucal.
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Doutoras Sandra, Suzana e Ana Maria: profissionais cheias de conteúdo
Nunca me canso
em ouvir a Dra Sandra Kalil
Bussadori, pois ela sempre nos traz casos clínicos maravilhosos e que são de muito
aprendizado. Sou grande admiradora de seu trabalho e uso, no dia a dia da
clínica, o Papacárie que foi idealizado por ela. E pela foto acima dá para
perceber que não sou apenas eu fã do trabalho desenvolvido por ela, já que a
sala ficou totalmente lotada.
Infelizmente, o
tempo foi curto para a explanação da professora e isso me deixou um gostinho de
‘quero mais’. Desta vez aprendi mais sobre o clareamento em dentes decíduos e
permanentes jovens.
Hipoplasia
molar-incisivo
Após ouvir a Dra
Sandra, tive a oportunidade de conhecer o trabalho da Dra Suzana M Uribe, da
Costa Rica. Ela nos presenteou com o tema “Hipoplasia molar-incisivo.
Diagnóstico e tratamento.” A hipoplasia, também conhecida como MIH, tem
mobilizado pesquisadores do mundo inteiro, já que está aumentando o número de
crianças e dentes com o problema.
A Dra Suzana
ressaltou a importância de um diagnóstico preciso, e que o profissional deve
saber a diferença entre hipoplasia, fluorose e amelogênese imperfeita para que,
assim, possa dar o melhor tratamento ao seu pequeno paciente.
Segundo ela, a maior
prevalência está na Europa, que varia de 3,6% a 25%, sendo que 30% estão
associados aos dentes incisivos. Pode variar de um a quatro molares afetados.
Existe uma relação direta entre o número de dentes afetados e sua severidade. O
número de dentes afetados varia de 2,5 a 5,7.
No Brasil
algumas pesquisas demonstram incidência em crianças de 7-12 anos, 40% em
pesquisa realizada no Rio de Janeiro, 20% em Botelho e 12% em Araraquara. De
acordo com a Dra Suzana, a MIH pode estar associada a doenças sistêmicas antes
dos três anos, como por exemplo: enfermidades respiratórias, asma, rubéola, varicela,
antibióticos, epilepsia, deficiências nutricionais, demência e fissura
palatina. Também com enfermidades perinatais como: parto prematuro, dificuldades
respiratórias, distúrbios metabólicos, hemorragia intracraniana, hipocalcemia,
desordens hematológicas e hiperbilirrubinemia.
Dra Suzana disse
que ainda não existem evidências científicas em relação aos tratamentos da MIH,
mas que muitos estudos estão sendo realizados para que, o mais rápido, tenhamos
em mãos o melhor tratamento. Infelizmente em alguns casos existe a necessidade
de realizar a extração do dente afetado, e muitas vezes, quando necessário,
realizar tratamento restaurador na criança, que tem uma sensibilidade muito
grande, e mesmo com o dente anestesiado a sensibilidade persiste.
Complementação
A Dra Ana Maria
Biondi, da Argentina, complementou a palestra sobre MIH. Segundo ela, não só
está aumentando o número de crianças afetadas, como também o número de dentes
afetados. Hoje não são apenas molares e incisivos, em algumas crianças já
existe a presença de pré-molares afetados.
Todos os dentes
afetados merecem atenção especial com relação à prevenção, já que estes ficam
mais susceptíveis a cárie.
Existe uma
necessidade global em saber mais, em se entender mais sobre MIH. Precisamos
entender a sua epidemiologia, patologia e também o tipo de tratamento ideal, já
que temos tido muitos insucessos relacionados ao tratamento da MIH.
Com toda
mobilização mundial existente, espero em breve voltar a escrever no blog sobre
o assunto, mas com diagnóstico e tratamentos precisos.
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Dr. Amr M. Moursi, da New York University, fala sobre materiais atuais e sua utilização
Na edição 2014
do ALOP esteve presente o Dr. Amr M. Moursi, da New York University, que falou sobre
materiais odontológicos. Não entrarei em detalhes dos produtos, por se tratar
de interesse apenas de profissionais da odontologia.
De acordo com Dr.
Amr, vemos o papel da prevenção cada vez mais forte, mas infelizmente ainda há
muito para se fazer.
Em uma pesquisa realizada
nos Estados Unidos obteve-se o resultado que 51 milhões de horas aulas são
perdidas pelas crianças devido à cárie. De
20% a 30% das crianças, entre dois e quatro anos, possuem cárie e, na maior
parte, não tratadas.
Ele relatou que
em seu país está aumentando o número de crianças pré-escolares com cárie, mesmo
com todo o esforço da conscientização sobre prevenção.
Existe a necessidade
de um tratamento individualizado e, por isso, uma anamnese é fundamental.
Muitas vezes eles encontram, na mesma família, irmãos com realidades
diferentes, sendo que um não possui cárie e o outro tem risco alto de ter a
doença. É necessário um diagnóstico preciso e plano de tratamento individual.
Dr. Amr relatou
que, mesmo que a criança tenha o micro-organismo da cárie, ela pode não
desenvolver a doença, se tiver medidas preventivas no seu dia a dia.
A conclusão que
tive é que, mais uma vez, temos uma voz na odontopediatria pedindo que mais
profissionais conscientizem os responsáveis por seus pequenos pacientes, de que
a prevenção é fundamental para uma geração sem cáries.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Desafios no diagnóstico, tratamento e monitoramento da superfície oclusal
“Os tempos mudaram e nós temos que mudar também.” - Ernest Newburn, 1992.
Durante o ALOP
2014 (Congresso Latino-Americano de Odontopediatria) tive a oportunidade de ouvir,
pela primeira vez, a Dra Daniela P. Raggio e participar, mais uma vez, de uma
palestra com o Dr José Carlos P. Imparato. Admiro muito a dedicação do Dr
Imparato com a odontopediatria. Ele é autor de diversos livros, e alguns deles fazem
parte da minha biblioteca e são de grande valia para nós, odontopediatras.
Já há alguns
anos o conceito de diagnóstico de cárie vem mudando. Quando fiz a faculdade os
preparos eram extensivos e com retenção para o material restaurador. Seguia os
postulados de Black. Com a evolução dos materiais odontológicos e evidências
científicas relacionadas a preparos mais conservadores, hoje temos uma
odontologia menos invasiva, que preserva a estrutura dental. É sempre bom
ressaltar que nada é melhor que o nosso dente sadio.
De acordo com a
Dra Daniela, o diagnóstico está atrelado ao sucesso do tratamento do paciente.
Se o profissional tiver alguma dúvida, deve reavaliar, para evitar qualquer
tratamento mais invasivo e desnecessário.
Tempos atrás a
maioria dos pontos escuros nos dentes eram considerados cáries. Faríamos o
desgaste do dente e colocaríamos o material restaurador. Hoje, de acordo com a
Dra Daniela é necessário questionar.
- Há uma lesão
cariosa?
- Que tipo de
lesão? Ela está ativa ou inativa?
- Há cavidade?
- Há necessidade
de intervenção?
- Que tipo de
intervenção?
De acordo com o Dr.
Imparato é um grande desafio mudar a opinião dos profissionais. Durante a sua
explanação ele pediu para que todos os presentes divulgassem a importância
desse novo conceito de tecido cariado. Ele destaca que todos nós temos o dever
de usar o melhor das evidências científicas em nossos pacientes. Um diagnóstico
errado pode levar ao fracasso do tratamento.
O Brasil lidera
esse conceito de preservação da estrutura dental. Eu pude comparar a nossa
odontologia com a dos Estados Unidos este ano, quando visitei a University of
Florida, e realmente a nossa odontologia é muito menos invasiva e mais
conservadora.
Imparato
ressalta que o profissional não necessita de aparelhos evoluídos, mas é
fundamental que ele saiba fazer um correto diagnóstico. Os profissionais
precisam sair dos seus consultórios e se atualizarem, evitando assim exercer
uma odontologia arcaica e invasiva.
A odontologia
convencional, de preparo cavitário, não é mais usada hoje. A nossa odontologia
atual evita anestesia, tratamento de canal, enfim, tratamentos mais traumáticos.
“Não são os mais fortes ou os mais inteligentes da
espécie que sobrevivem, e sim os mais suscetíveis as mudanças.” - Charles Darwin
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
Está chegando o 17º Congresso Latino-Americano de Odontopediatria
Com o tema “Odontopediatria - Um olhar Latino-Americano” acontece, entre os dias 21 e 23 de agosto, no hotel Maksoud Plaza em São Paulo, o “17º Congresso Latino - Americano de Odontopediatria.”
O evento reúne profissionais de destaque nacional e internacional, e será uma grande oportunidade de trocarmos experiência com profissionais dos Estados Unidos, Peru, Costa Rica, Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia, México, Escócia, Paraguai, Equador e Brasil, que estarão ministrando os cursos.
O presidente do Congresso é o querido Prof. Antonio Carlos Guedes-Pinto. De acordo com ele, será uma oportunidade única de atualização clínica, aos profissionais que se dedicam a essa atividade no dia a dia, além do acesso as mais recentes pesquisas científicas para os pós-graduandos, professores e pesquisadores. Tudo vinculado as mais atuais evidências científicas e tecnológicas da especialidade e suas inter-relações.
O presidente da Associação Latino-Americana de Odontopediatria (ALOP), Francisco Hernandez, relata que será um espaço propício para conhecer e compartilhar conhecimentos, avanços e pesquisas na odontologia pediátrica, realizada em vários países.
Segundo Paulo César Rédua, presidente da Associação Brasileira de Odontopediatria, a comissão organizadora trabalhou com todo o carinho, e o resultado é a realização de um Congresso com programação científica que abrange todas as necessidades atuais dos profissionais, com a presença de ministradores envolvidos com a ciência e com o ensino, em uma cidade moderna e com uma entidade que prima por realizar bons eventos.
De acordo com os organizadores, os participantes poderão aproveitar a exposição comercial com empresas de materiais e equipamentos de última geração, com o objetivo de proporcionar ao congressista uma visão de modernidade e eficiência, para auxiliar e facilitar a aplicação no trabalho clínico diário.
Em breve, volto com novidades do evento.
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Raio-X odontológico é seguro se seguir as normas adequadas
Muitas pessoas,
especialmente pais, podem se assustar quando o odontopediatra diz que a criança
terá que fazer um raio-X. Mas o procedimento, seguindo as normas e acessórios
adequados, é seguro. Isso porque a radiação emitida pelo equipamento
odontológico é bem pequena.
“O dentista é
responsável por avaliar a necessidade, ou não, de um raio-X. Sempre é
necessário que a criança esteja protegida com avental e protetor para tireoide,
de borracha plumbífera. A radiografia será prescrita somente se for necessária.
Para determinados tipos de raios-X existem filmes no tamanho apropriado para a
boquinha da criança. O profissional precisa dominar a técnica de tomada
radiográfica, como também o seu processamento, para assim evitar que seja
necessário repetir o procedimento. Outro fator importante para evitar a
repetição, é que a criança esteja preparada para realizá-lo . Hoje também temos
o raio-X digital. Ele diminui o tempo de exposição de 50 a 70%, se comparado ao
procedimento convencional”, explica a odontopediatra Ana Rosa Kuymjian Albieri.
No caso das
gestantes, apesar de ser recomendado evitar o raio-X, se ele for necessário
para algum diagnóstico específico, e a futura mamãe esteja sofrendo de dor, pode
ser feito, desde que seguindo as mesmas normas de segurança usadas nas
crianças. “Em relação às gestantes, se for necessário fazer o raio-X, indicamos
no segundo trimestre de gestação. O tratamento também deve ser feito nesse
intervalo. Se houver emergência no primeiro e terceiro trimestres de gestação e
não tiver como evitar o raio-X, mantemos todos os padrões de segurança e
fazemos o exame. Por isso sempre é bom a gestante cuidar da saúde bucal antes
de engravidar”, pontua a odontopediatra.
Ela aconselha
que todas as pessoas façam visitas regulares ao dentista, isso fará que, em
momentos como a gestação, a mulher não precise passar por procedimentos
odontológicos (tratamentos). Além disso, é muito importante que a gestante
visite o dentista durante a gestação, para realizar limpeza e receber
orientação dos cuidados com a boquinha do bebê.
“O
exame radiográfico pode ser feito para detecção de lesão cariosa, traumatismos
dental, planejamento e avaliação de tratamento ortodôntico, para diagnosticar
alterações no desenvolvimento dental, quando existe histórico familiar de
anomalias dentárias, avaliação pós-operatória, reabsorção óssea e dental e em
diversas condições patológicas. Muitas vezes ele é indicado para auxiliar no
diagnóstico. Ressalto que não devemos deixar de realizar o exame clínico
também. Existem inúmeras técnicas radiográficas e o profissional irá indicar de
acordo com a necessidade do momento”, conclui Ana Rosa.
Para ter o
aparelho de raio-X no consultório, ele precisa
passar pela avaliação de um técnico que irá fazer o laudo radiométrico e
controle de qualidade, que será apresentado para a vigilância sanitária. Assim
fica garantida a segurança.
terça-feira, 1 de julho de 2014
E as férias chegaram!!!
Férias... Crianças
em casa... Haja atividade para entretê-los. Diferente de muitas mães, eu adoro
férias escolares. Gosto do “filhote” em casa, tenho um tempinho maior para
dormir, almoços não tão corridos, enfim dias mais tranquilos.
Há tranquilidade
em casa, mas em compensação no consultório são dias de mais trabalho e eu
ADORO. Nas férias eu recebo a visita das “minhas crianças grandes”. Elas retornam
e sempre há muita novidade: vestibulares, término de faculdade, viagens, mestrado,
doutorado, casamentos, filhos, primeiro emprego. Como é boa nossa amizade. Fico
muito feliz por saber que ainda sou a dentista escolhida e que eles retornam
apenas para PREVENÇÃO.
Geralmente,
nessa época, os pais que tem uma rotina corrida, aproveitam para acompanhar
seus filhos até o consultório e é sempre muito bom recebê-los.
Costumo dizer
para os meus pequenos que as férias chegaram, mas que o fio dental, a escova e
a pasta de dentes não tiram férias.
É fato que a
prevenção odontológica dá ótimos resultados, desde que exista a cooperação do
paciente e, principalmente, a ajuda dos pais.
Mesmo com todo
avanço da odontologia relacionado aos materiais e as técnicas, não há nada
melhor que o nosso dente íntegro.
Prevenção
Odontológica – Uma Atitude Inteligente!!!
domingo, 15 de junho de 2014
“Eu sou a prova”
Nós
somos a prova de que um mundo sem cáries pode ser possível.”
Meu objetivo não é fazer propaganda do
produto, mas sim elogiar o comercial criativo e real da Colgate. Friso o
“real”, pois hoje sabemos que é possível crescer sem cáries. Quem quiser pode
visitar o link https://www.youtube.com/watch?v=5EapuM4zR9w
Há uma grande campanha envolvendo vários
países, e pesquisadores do mundo inteiro, estou falando da “Aliança Para Um
Futuro Livre De Cáries”. Essa ação já mereceu dois posts no blog, que você pode
conhecer ou lembrar, nos links abaixo: http://anarosakuymjianalbieri.blogspot.com.br/2014/02/simposio-da-colgate-alianca-para-um.html
Há 22 anos iniciei a prevenção em meu
consultório. É valioso e gratificante acompanhar essas crianças até a fase
adulta, sem cáries.
Hoje tenho o imenso prazer em atender filhos
dos meus “pequenos pacientes”, mais uma prova de que realmente a prevenção
odontológica tem um resultado positivo.
É sempre bom ressaltar que, para termos um resultado
satisfatório, é necessário que os pais abracem essa causa e façam sua parte em
casa. É tão simples, basta disciplina ao controlar o consumo do açúcar, manter
a higiene bucal correta e o acompanhamento com um odontopediatra.
Com profissionais capacitados do mundo inteiro
envolvidos e com a conscientização dos pais, caminhamos para Um Futuro Livre
Cáries.
Fico feliz em poder dizer que, muitos dos
meus pacientes, “são a prova de que um futuro sem cáries é possível.”’
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