terça-feira, 2 de setembro de 2014

Doutoras Sandra, Suzana e Ana Maria: profissionais cheias de conteúdo





Nunca me canso em ouvir a Dra Sandra Kalil Bussadori, pois ela sempre nos traz casos clínicos maravilhosos e que são de muito aprendizado. Sou grande admiradora de seu trabalho e uso, no dia a dia da clínica, o Papacárie que foi idealizado por ela. E pela foto acima dá para perceber que não sou apenas eu fã do trabalho desenvolvido por ela, já que a sala ficou totalmente lotada.
Infelizmente, o tempo foi curto para a explanação da professora e isso me deixou um gostinho de ‘quero mais’. Desta vez aprendi mais sobre o clareamento em dentes decíduos e permanentes jovens.

Hipoplasia molar-incisivo
Após ouvir a Dra Sandra, tive a oportunidade de conhecer o trabalho da Dra Suzana M Uribe, da Costa Rica. Ela nos presenteou com o tema “Hipoplasia molar-incisivo. Diagnóstico e tratamento.” A hipoplasia, também conhecida como MIH, tem mobilizado pesquisadores do mundo inteiro, já que está aumentando o número de crianças e dentes com o problema.
A Dra Suzana ressaltou a importância de um diagnóstico preciso, e que o profissional deve saber a diferença entre hipoplasia, fluorose e amelogênese imperfeita para que, assim, possa dar o melhor tratamento ao seu pequeno paciente.
Segundo ela, a maior prevalência está na Europa, que varia de 3,6% a 25%, sendo que 30% estão associados aos dentes incisivos. Pode variar de um a quatro molares afetados. Existe uma relação direta entre o número de dentes afetados e sua severidade. O número de dentes afetados varia de 2,5 a 5,7.
No Brasil algumas pesquisas demonstram incidência em crianças de 7-12 anos, 40% em pesquisa realizada no Rio de Janeiro, 20% em Botelho e 12% em Araraquara. De acordo com a Dra Suzana, a MIH pode estar associada a doenças sistêmicas antes dos três anos, como por exemplo: enfermidades respiratórias, asma, rubéola, varicela, antibióticos, epilepsia, deficiências nutricionais, demência e fissura palatina. Também com enfermidades perinatais como: parto prematuro, dificuldades respiratórias, distúrbios metabólicos, hemorragia intracraniana, hipocalcemia, desordens hematológicas e hiperbilirrubinemia.
Dra Suzana disse que ainda não existem evidências científicas em relação aos tratamentos da MIH, mas que muitos estudos estão sendo realizados para que, o mais rápido, tenhamos em mãos o melhor tratamento. Infelizmente em alguns casos existe a necessidade de realizar a extração do dente afetado, e muitas vezes, quando necessário, realizar tratamento restaurador na criança, que tem uma sensibilidade muito grande, e mesmo com o dente anestesiado a sensibilidade persiste.

Complementação
A Dra Ana Maria Biondi, da Argentina, complementou a palestra sobre MIH. Segundo ela, não só está aumentando o número de crianças afetadas, como também o número de dentes afetados. Hoje não são apenas molares e incisivos, em algumas crianças já existe a presença de pré-molares afetados.
Todos os dentes afetados merecem atenção especial com relação à prevenção, já que estes ficam mais susceptíveis a cárie.
Existe uma necessidade global em saber mais, em se entender mais sobre MIH. Precisamos entender a sua epidemiologia, patologia e também o tipo de tratamento ideal, já que temos tido muitos insucessos relacionados ao tratamento da MIH.
Com toda mobilização mundial existente, espero em breve voltar a escrever no blog sobre o assunto, mas com diagnóstico e tratamentos precisos.

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