Nunca me canso
em ouvir a Dra Sandra Kalil
Bussadori, pois ela sempre nos traz casos clínicos maravilhosos e que são de muito
aprendizado. Sou grande admiradora de seu trabalho e uso, no dia a dia da
clínica, o Papacárie que foi idealizado por ela. E pela foto acima dá para
perceber que não sou apenas eu fã do trabalho desenvolvido por ela, já que a
sala ficou totalmente lotada.
Infelizmente, o
tempo foi curto para a explanação da professora e isso me deixou um gostinho de
‘quero mais’. Desta vez aprendi mais sobre o clareamento em dentes decíduos e
permanentes jovens.
Hipoplasia
molar-incisivo
Após ouvir a Dra
Sandra, tive a oportunidade de conhecer o trabalho da Dra Suzana M Uribe, da
Costa Rica. Ela nos presenteou com o tema “Hipoplasia molar-incisivo.
Diagnóstico e tratamento.” A hipoplasia, também conhecida como MIH, tem
mobilizado pesquisadores do mundo inteiro, já que está aumentando o número de
crianças e dentes com o problema.
A Dra Suzana
ressaltou a importância de um diagnóstico preciso, e que o profissional deve
saber a diferença entre hipoplasia, fluorose e amelogênese imperfeita para que,
assim, possa dar o melhor tratamento ao seu pequeno paciente.
Segundo ela, a maior
prevalência está na Europa, que varia de 3,6% a 25%, sendo que 30% estão
associados aos dentes incisivos. Pode variar de um a quatro molares afetados.
Existe uma relação direta entre o número de dentes afetados e sua severidade. O
número de dentes afetados varia de 2,5 a 5,7.
No Brasil
algumas pesquisas demonstram incidência em crianças de 7-12 anos, 40% em
pesquisa realizada no Rio de Janeiro, 20% em Botelho e 12% em Araraquara. De
acordo com a Dra Suzana, a MIH pode estar associada a doenças sistêmicas antes
dos três anos, como por exemplo: enfermidades respiratórias, asma, rubéola, varicela,
antibióticos, epilepsia, deficiências nutricionais, demência e fissura
palatina. Também com enfermidades perinatais como: parto prematuro, dificuldades
respiratórias, distúrbios metabólicos, hemorragia intracraniana, hipocalcemia,
desordens hematológicas e hiperbilirrubinemia.
Dra Suzana disse
que ainda não existem evidências científicas em relação aos tratamentos da MIH,
mas que muitos estudos estão sendo realizados para que, o mais rápido, tenhamos
em mãos o melhor tratamento. Infelizmente em alguns casos existe a necessidade
de realizar a extração do dente afetado, e muitas vezes, quando necessário,
realizar tratamento restaurador na criança, que tem uma sensibilidade muito
grande, e mesmo com o dente anestesiado a sensibilidade persiste.
Complementação
A Dra Ana Maria
Biondi, da Argentina, complementou a palestra sobre MIH. Segundo ela, não só
está aumentando o número de crianças afetadas, como também o número de dentes
afetados. Hoje não são apenas molares e incisivos, em algumas crianças já
existe a presença de pré-molares afetados.
Todos os dentes
afetados merecem atenção especial com relação à prevenção, já que estes ficam
mais susceptíveis a cárie.
Existe uma
necessidade global em saber mais, em se entender mais sobre MIH. Precisamos
entender a sua epidemiologia, patologia e também o tipo de tratamento ideal, já
que temos tido muitos insucessos relacionados ao tratamento da MIH.
Com toda
mobilização mundial existente, espero em breve voltar a escrever no blog sobre
o assunto, mas com diagnóstico e tratamentos precisos.
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