quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Desafios no diagnóstico, tratamento e monitoramento da superfície oclusal





 
“Os tempos mudaram e nós temos que mudar também.” - Ernest Newburn, 1992.

Durante o ALOP 2014 (Congresso Latino-Americano de Odontopediatria) tive a oportunidade de ouvir, pela primeira vez, a Dra Daniela P. Raggio e participar, mais uma vez, de uma palestra com o Dr José Carlos P. Imparato. Admiro muito a dedicação do Dr Imparato com a odontopediatria. Ele é autor de diversos livros, e alguns deles fazem parte da minha biblioteca e são de grande valia para nós, odontopediatras.
Já há alguns anos o conceito de diagnóstico de cárie vem mudando. Quando fiz a faculdade os preparos eram extensivos e com retenção para o material restaurador. Seguia os postulados de Black. Com a evolução dos materiais odontológicos e evidências científicas relacionadas a preparos mais conservadores, hoje temos uma odontologia menos invasiva, que preserva a estrutura dental. É sempre bom ressaltar que nada é melhor que o nosso dente sadio.
De acordo com a Dra Daniela, o diagnóstico está atrelado ao sucesso do tratamento do paciente. Se o profissional tiver alguma dúvida, deve reavaliar, para evitar qualquer tratamento mais invasivo e desnecessário.
Tempos atrás a maioria dos pontos escuros nos dentes eram considerados cáries. Faríamos o desgaste do dente e colocaríamos o material restaurador. Hoje, de acordo com a Dra Daniela é necessário questionar.
- Há uma lesão cariosa?
- Que tipo de lesão? Ela está ativa ou inativa?
- Há cavidade?
- Há necessidade de intervenção?
- Que tipo de intervenção?

De acordo com o Dr. Imparato é um grande desafio mudar a opinião dos profissionais. Durante a sua explanação ele pediu para que todos os presentes divulgassem a importância desse novo conceito de tecido cariado. Ele destaca que todos nós temos o dever de usar o melhor das evidências científicas em nossos pacientes. Um diagnóstico errado pode levar ao fracasso do tratamento.
O Brasil lidera esse conceito de preservação da estrutura dental. Eu pude comparar a nossa odontologia com a dos Estados Unidos este ano, quando visitei a University of Florida, e realmente a nossa odontologia é muito menos invasiva e mais conservadora.
Imparato ressalta que o profissional não necessita de aparelhos evoluídos, mas é fundamental que ele saiba fazer um correto diagnóstico. Os profissionais precisam sair dos seus consultórios e se atualizarem, evitando assim exercer uma odontologia arcaica e invasiva.
A odontologia convencional, de preparo cavitário, não é mais usada hoje. A nossa odontologia atual evita anestesia, tratamento de canal, enfim, tratamentos mais traumáticos.

“Não são os mais fortes ou os mais inteligentes da espécie que sobrevivem, e sim os mais suscetíveis as mudanças.” -  Charles Darwin

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