terça-feira, 10 de novembro de 2015
“A importância do Tratamento Restaurador Atraumático Modificado (ARTm) para Odontopediatria Brasileira”
Para quem já assistiu a Dra Lurdinha (Maria de Lourdes de Andrade Massara) não preciso nem dizer o quanto as suas aulas são motivadas pela paixão com que ela exerce a odontopediatria. A primeira vez que a assisti foi durante o Congresso Brasileiro de Odontopediatria, em Brasília. Saí de lá fascinada com o seu profissionalismo.
No Congresso deste ano, em Porto de Galinhas, ela falou sobre Tratamento Restaurador Atraumático Modificado (ARTm) e o quanto ele é importante para os odontopediatras.
Eu sempre digo o quanto é importante nos atualizarmos para podermos levar aos nossos pacientes o melhor tratamento, a melhor técnica. Há alguns anos, conversando sobre um paciente, com uma profissional que atende criança em minha cidade (São José do Rio Preto), ela queria saber qual técnica eu usei, pois ela não conhecia. Como pode uma pessoa atender crianças e não saber o que é ART, ARTm, CVDentus?
O ART foi primeiramente apresentado aos profissionais brasileiros numa conferência, durante o 5th World Congress on Preventive Dentistry, realizado na cidade de São Paulo, em 1995, ou seja, um ano após ser reconhecido pela Organização Mundial de Saúde.
Antigamente, o tratamento restaurador em crianças era realizado com anestesia, isolamento absoluto e uso de instrumento rotatório (motorzinho), mesmo que a criança não estivesse condicionada para o procedimento.
O termo Tratamento Restaurador Atraumático Modificado (ARTm) foi primeiramente utilizado no Brasil ao se desenvolver uma tese de doutorado na área de Odontopediatria, iniciada em 1998, e divulgada no meio científico quatro anos depois. Atualmente é uma proposta reconhecida e recomendada também pela Associação Brasileira de Odontopediatria e pelo Ministério da Saúde.
O Tratamento Restaurador Atraumático é menos invasivo, não há necessidade de aplicação de anestesia e isolamento absoluto, portanto, é ideal para o atendimento de crianças e principalmente das que precisam de condicionamento. No protocolo do ART o uso é exclusivo de instrumento manual para a remoção da cárie. No ARTm, podemos usar o instrumento rotatório para ter acesso a cavidade (apenas em esmalte) e instrumento manual na dentina e sem uso de anestesia.
De acordo com trabalho publicado em 2014, por Freitas, Santos, Fuks, Bezerra e Azeveso, o aumento dos procedimentos de ARTm resultou em uma significante redução de procedimento com envolvimento pulpar (tratamento de canal).
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Crianças podem “pegar” cárie?
Durante o
Congresso Brasileiro de Odontopediatria, a Profa. Dra Branca Heloisa de
Oliveira relatou que, segundo a Organização Mundial da Saúde, em pesquisa
realizada em 2010, a Prevalência de Cárie nas crianças aos 05 anos de idade é
de 53,4%. Nessa idade, uma criança brasileira possui, em média, 2,43 dentes com
experiência de cárie. Ainda segundo a pesquisa, 80% das lesões de cárie
permanecem sem tratamento.
Neste Congresso,
a Dra Branca veio para nos mostrar à reformulação do conceito de cárie. De
acordo com ela, não podemos dizer que a cárie é uma doença infecciosa, pois não
pode ser tratada com antibióticos. Trata-se de uma doença infecciosa endógena e
não é possível impedir a colonização da boca por micro-organismo envolvidos na
sua etiologia. Também devemos mudar o conceito sobre a transmissibilidade. A
doença não é transmissível, o que é transmitido é o micro-organismo (transmissão
horizontal e vertical), mas não a doença. Podemos ter o micro-organismo, mas
não desenvolver a doença.
O maior inimigo
da cárie é o açúcar. Na realidade devemos nos preocupar com a transmissão de
hábitos incorretos e não com a transmissão do micro-organismo da cárie.
Segundo a Dra Branca não existe um micro-organismo específico responsável pelo desenvolvimento da cárie. Não há como impedir ou controlar a transmissão, e não é possível prevenir ou controlar a doença eliminando os micro-organismos envolvidos na sua etiologia.
Segundo a Dra Branca não existe um micro-organismo específico responsável pelo desenvolvimento da cárie. Não há como impedir ou controlar a transmissão, e não é possível prevenir ou controlar a doença eliminando os micro-organismos envolvidos na sua etiologia.
De acordo com
Branshaw & Lynch, 2013 o Streptococcos Mutans é o que produz mais ácido do
que as outras espécies de streptococos e micro-organismos presentes na boca – acido
gênicos. Ele metaboliza grandes variedades de açucares e produz polissacarídeos
extracelulares (aumenta a espessura do biofilme e promove adesão).
A Dra relata,
que as formas eficazes de controle da cárie seriam o controle da ingestão de
açúcar e higiene bucal correta. Há comprovação eficaz de controle da doença em pré-escolares
que seriam o controle do açúcar e escovação com a presença de flúor.
De acordo com
trabalho publicado na Community Dental Health em 2004, existe maior chance de
uma criança com 06 anos de idade ou menos desenvolver cárie se a aquisição de Streptococcus
Mutans ocorrer precocemente, mas isso pode ser parcialmente compensado por
outros fatores como: boa higiene bucal e dieta saudável. Se houver um
equilíbrio, o desenvolvimento de cárie pode ser controlado.
Portanto
assoprar a comida do bebê e beijo na boca irá transmitir o micro-organismo da
cárie e para doença desenvolver há necessidade de uma alimentação rica em
açúcar e má higiene bucal. É muito importante para o controle da cárie a
redução no consumo de bebidas e alimentos açucarados. Estudos são consistentes
ao demonstrarem a existência de associação entre a saúde bucal da mãe e a saúde
bucal da criança.
É essencial que
os pais procurem orientação de um especialista para não passarem hábitos
incorretos que possam levar a criança a ter cárie. É de nossa responsabilidade
a saúde bucal de nossos filhos. Como eu sempre digo: Prevenção odontológica –
Uma Atitude Inteligente.
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
O Pré-natal Odontológico no Consultório Privado: da Gestante ao Neonato
Durante o Congresso Brasileiro de Odontopediatria, mais uma vez o Prof. Dr. Gabriel Politano nos mostrou a importância do pré-natal odontológico.
Muitas gestantes ainda têm receio de procurar o dentista durante o período gestacional, mas é necessário divulgar a importância de uma boa saúde bucal durante este período. É justamente por ela estar grávida que deve visitar um dentista. Alguns estudos demonstram que doenças na gengiva aumentam o risco de parto prematuro. Fazendo as visitas de controle, a gestante poderá evitar problemas e maiores desconfortos.
De acordo com Dr. Gabriel, durante a gestação não há necessidade de se iniciar um tratamento estético, mas quando há envolvimento de doença, devemos realizar o tratamento.
O professor ressalta o medo que muitas gestantes têm de tomar anestesia e de realizar um raio-X, mas se for necessário realizar um tratamento ela deverá se submeter tanto ao raio-X (com todas as normas de segurança adequadas) quanto a anestesia, sem receio.
A gestante deve procurar o dentista não apenas em caso de dor, mas também para receber orientações sobre cuidados com sua higiene bucal e a do bebê. Durante as consultas da gestante, devemos orientá-las com relação ao aleitamento materno e hábitos de sucção não nutritivos (dedo, chupeta) que, de acordo com o professor, devem ser removidos até os 02 anos de idade. A chupeta, por exemplo, se puder evitar o seu uso será melhor. Mas se a criança chupa chupeta ela não deve ser usada sem limites, não deve ser oferecida a todo o momento, apenas na hora de dormir.
Quanto às crianças que fazem uso da mamadeira os pais também precisam receber orientação para fazer o seu uso de forma correta.
O aleitamento, depois que a criança tiver já um dentinho na boca, deve ser evitado nas madrugadas. Mesmo que o aleitamento seja o materno, há necessidade de se fazer a higiene da boquinha. Muitas crianças que continuam mamando no peito por muito tempo, já se alimentam (papinhas, frutas, sucos e etc.).
Não há nada, até o momento, que comprove a necessidade de limpar a boquinha do bebê edêntulo (sem dentes), mas se a mamãe quiser, poderá limpar com uma gaze ou fralda umedecida em água filtrada. Quando o meu filho era bebê eu optei por limpar após cada mamada. Assim, eu evitava que ficasse aquele restinho de leite na boquinha dele.
Finalizando, o Dr. Gabriel ressaltou a importância de tranquilizarmos as mamães quanto a época da erupção dos dentinhos. As mães devem saber que os dentinhos não nascem na mesma época em todas as crianças. Algumas crianças no aniversário de um ano ainda não possuem nenhum dentinho, e isso é normal.
domingo, 6 de setembro de 2015
Avaliação do risco de cárie
Eu e a Profa Dra Ana Cristina Barreto Bezerra
Como o meu
consultório é voltado para a Prevenção Odontológica, fiz questão de assistir a
palestra da Profa Dra Ana Cristina Barreto Bezerra, durante o 25º
Congresso Brasileiro de Odontopediatria.
Para
realizarmos a prevenção odontológica é de fundamental importância
identificarmos o risco do paciente a doença cárie, para assim montarmos o
programa que melhor atenderá a criança em questão.
De acordo com a
Dra Ana a avaliação do risco de cárie é importante para diminuição de sua
incidência e distribuição irregular. Além de ter papel crucial nas decisões
clínicas para tratamento operatórios e pós-operatórios. Os grupos de riscos são
classificados para um planejamento individual de manutenção de saúde. Em muitos
países essa avaliação serve para estabelecimento de taxas e seguros.
A avaliação do
risco deve ser feito regularmente durante a vida do indivíduo, ou quando
eventos extraordinários possam causar desequilíbrio no meio bucal.
Na
odontopediatria a avaliação do risco a cárie nos permite identificar aquelas
pessoas mais propensas a desenvolver a doença, antes que haja perda
mineral nas estruturas dentárias. A prevenção só é possível quando
identificamos as crianças de alto risco precocemente. Segundo a Dra Ana essa á
base para se aconselhar que uma criança seja vista pelo odontopediatra, ainda
no primeiro ano de vida.
Para se
avaliar o risco de cárie existem três diferentes possibilidades:
- formato de prontuário;
- modelos e protocolos estruturados
(CAMBRA, AAPD, entre outros); e
- programas computadorizados (Cariogram).
Segundo a Dra
Ana, como não foi demonstrado, até agora, a superioridade de um único método
sobre o outro, a evidência científica sugere que modelos estruturados e/ou
programas computadorizados proporcionam uma prática clínica de alto nível para
os pacientes.
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Empreendedorismo em Odontopediatria
Eu e a Profª Dra Lilian Guedes Amorin
A Profª Dra Lilian Guedes Amorin iniciou
sua palestra, no 25º Congresso Brasileiro de Odontopediatria com a frase de
Benjamin Franklin que diz: “Quando você para de mudar você acabou.”
De acordo com a Dra Lilian a saúde bucal
é muito mais do que a saúde do dente. O especialista é o profissional com maior
oportunidade de ter sucesso.
Durante sua explanação ela pode nos
orientar para que a cada dia possamos servir melhor, o nosso pequeno paciente. E
falou sobre o que podemos melhorar na nossa equipe e no nosso local de trabalho,
para que a nossa odontologia possa cada vez mais satisfazer nossas crianças.
O profissional da área de saúde
necessita sempre estar atualizado. Ele precisa acompanhar novos materiais,
novas técnicas, ter uma equipe de trabalho que seja eficiente e acolhedora. É
muito importante que a clínica siga todos os padrões de esterilização.
Muitas vezes precisamos fazer o caminho
do nosso cliente para saber se existe alguma falha ou algo que possa ser melhorado.
O profissional necessita passar
confiabilidade, empatia, segurança, aparência e dar a resposta que o cliente (pais
e a criança) necessita.
Como eu já disse em outro post , para
nos manter atualizados não é fácil, é preciso força de vontade, ignorar custos,
a distância e o cansaço. Temos que sair do nosso conforto, muitas vezes deixar
a família e ir em busca de novos conhecimentos. Mas vale muito a pena, quando
voltamos cheios de aprendizados, como aconteceu neste Congresso.
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
O impacto da vida intrauterina na saúde bucal do bebê: o que sabemos e o que ainda não sabemos
Dra. Natália de Francesco Penteado, Dra. Diva Kabariti, Profa. Dra. Flávia Konishi e eu.
Mais uma vez a Prof. Dra Flávia Konishi lotou a sala de apresentação e nos presenteou com uma excelente palestra. A atividade aconteceu durante o 25 º Congresso Brasileiro de Odontopediatria.
De acordo com
Freud, há muito mais continuidade entre a vida intrauterina e a primeira
infância do que a impressionante “cesura” do nascimento nos permite saber. Segundo a Dra Flávia, frequentemente alterações nos dentes, ou mesmo na
oclusão, que são observadas na criança e diagnosticadas pelos pais ou
profissionais, tiveram origem no período gestacional, pois a odontogênese tem
início numa fase precoce do desenvolvimento da criança, ou seja, na vida
intrauterina. Os dentes decíduos começam a se formam na 6º semana de vida
intrauterina e os permanentes no 4º mês.
Sabemos que
podem ocorrer alguns distúrbios do desenvolvimento do dente em número, tamanho,
forma, estrutura e na cronologia. Dra Flávia ressalta que não podemos desprezar
a importância da hereditariedade, mas estudos demonstram que a influência
genética parece ter um papel menos importante quando comparado com fatores
adquiridos (meio ambiente, nutrição da gestante, estado de saúde ou doença,
condições intrauterinas, uso de medicamentos e drogas , hábitos, presença de
toxinas e acesso aos serviços de saúde).
É de grande
importância que os odontopediatras tenham conhecimentos sobre a odontogênese
para um pronto diagnóstico, estabelecendo medidas que possibilitam um
tratamento adequado, controlando fatores que possam agravar as condições.
Distúrbios na odontogênese muitas vezes precedem a cárie.
Segundo estudo
do Departamento de Nutrição da Universidade de Drexel, Filadélfia, a habilidade
de perceber sabores começa no útero, com o início do funcionamento e
desenvolvimento dos sistemas gustativo e olfativo. Como o líquido amniótico e o
leite materno contêm moléculas derivadas da dieta da mãe, essa iniciação
determina as preferências ao longo da vida.
De acordo com a
Prof. Flávia a consulta odontológica antecipada possibilita a oportunidade de
conscientizar pais grávidos quanto à importância da saúde bucal e a extensão
desses conhecimentos às pessoas que conviverão com a criança. O pré-natal
odontológico nos traz a possibilidade de melhorar as chances oferecidas a toda
uma geração, de nascer e crescer em saúde bucal, sem ter que suportar o peso
dos problemas e tratamentos que sofreram os mais velhos.
Finalizando, a
Dra Flávia reafirma que medidas preventivas e educação no período gestacional,
permitem que a mulher valorize a saúde bucal e tenha uma microbiota compatível
com saúde e isso pode refletir positivamente no desenvolvimento da criança,
sobretudo na transmissão de hábitos saudáveis.
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Guia de Saúde Oral Materno-Infantil
Dra. Dóris Rocha Ruiz, eu e a Dra. Sônia Groisman
Durante o 25º
Congresso Brasileiro de Odontopediatria foi realizado o lançamento do
Guia de Saúde Oral Materno-Infantil.
Um lindo projeto
de autoria de Dóris Rocha Ruiz, Sônia Groisman em parceria com a Global
Child Dental Fund e o CRO-RJ Mulher.
Esse guia é
gratuito e todos podem acessá-lo pelo site www.gcdfund.org. Ele está em
diversos idiomas e traz dicas de saúde oral para gestantes, bebês e crianças.
Aqueles que
acharem o guia útil, podem contribuir com o Global Child Dental Fund. Os
valores arrecadados serão de grande ajuda para que crianças carentes, de todo o
mundo, possam ter acesso aos cuidados odontológicos.
Parabéns a Dra.
Dóris, Dra Sônia e a Dra. Karina Fazza presidente do CRO-RJ Mulher. Este guia é
de grande valia para toda a população e profissionais da área da saúde.
terça-feira, 25 de agosto de 2015
25° Congresso Brasileiro de Odontopediatria
Prof ª Drª Ana Cristina B Bezerra, eu e o Prof. Dr. Orlando Ayrton de Toledo
Eu e Prof. Dr. Paulo César Rédua
Aconteceu durante os dias 19 a 21 de agosto, em Porto de Galinhas-PE, o 25° Congresso Brasileiro de Odontopediatria presidido pelo professor Geraldo Bosco L. Couto. O lugar escolhido nos propiciou, além de atualização, a oportunidade de diversão e bate papo.
O evento foi maravilhoso, com excelentes professores ministrando palestras de diversos temas. Acredito que foi um sucesso, pois as salas de aulas estavam sempre lotadas.
O patrono do evento foi o Prof. Dr. Orlando Ayrton de Toledo, uma homenagem justa a quem dedica sua vida a odontopediatria. Sou grande admiradora do Professor, pelo profissional que é, sua simplicidade, carisma e principalmente pela atenção que dá a todos que o procuram.
Durante o evento foi feita a escolha do presidente da Associação Brasileira de Odontopediatria e o novo representante é o Prof. Dr. José Carlos Imparato.
Por 08 anos o Dr. Paulo César Rédua esteve no comando da associação, fazendo o melhor para que nós odontopediatras pudéssemos nos unir, atualizar e disseminar a odontopediatria pelo nosso Brasil.
Foi definido também o local do 26º Congresso Brasileiro de Odontopediatria em 2017. Na próxima vez nos encontraremos em Gramado. Programem-se
segunda-feira, 20 de julho de 2015
É preciso, é necessário. Atualização. Vamos?
É necessário, acredito, manter-se atualizado, independente da profissão. Na minha área há sempre novos conceitos, técnicas, matérias e muitas evidências científicas, para que possamos buscar o melhor para nossos pequenos pacientes.
Atualizar, não é fácil, é preciso força de vontade, ignorar custos, a distância e o cansaço. Temos que sair do nosso conforto, muitas vezes deixar a família e ir em busca de novos conhecimentos. Mas vale muito a pena, quando voltamos cheios de aprendizados, ou mesmo quando apenas nos certificamos de que, o que estamos fazendo em nossos consultórios é o mais adequado para o paciente.
E lá vou eu novamente...
A odontopediatria tem encontro marcado entre os dias 19 e 21 de agosto, em Porto de Galinhas, quando acontece o 25° Congresso Brasileiro de Odontopediatria.
De acordo com o presidente do evento, Prof Geraldo Bosco L Couto, teremos como base do congresso a titulação “conceitos atuais da odontopediatria” e estarão presentes renomados professores brasileiros, que certamente apresentarão conhecimentos, da especialidade na qual atuam, aos congressistas.
A grade científica está excelente abordando temas diversos da odontopediatria, como dentística, prevenção, endodontia, traumas, odontologia para bebês, odontologia para gestantes, diagnóstico, materiais odontológicos, pacientes especiais, farmacologia e muitos outros assuntos que farão desses dias uma ótima oportunidade de atualização.
Espero voltar com novidades e, claro, irei dividir com você !!!
sexta-feira, 3 de julho de 2015
"Doa-se", matéria publicada na revista Domínios (jun/15)
Leite humano,dentes, órgãos, sangue, medula óssea, plaquetas, a lista de possibilidade de doações são várias. Mas, o mais importante é a conscientização de que as doações podem salvar vidas. Saiba mais na matéria Doa-se, da revista Domínios deste mês, onde eu falo sobre como fazer doações na área odontológica.
http://bit.ly/domínios-doa-se
http://bit.ly/domínios-doa-se
segunda-feira, 22 de junho de 2015
Férias se aproximando: vamos cuidar da saúde bucal dos nossos pequenos?
De acordo com
uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, pela organização privada e sem fins
lucrativos Ad Council, três em cada quatro pais admitem que seus filhos
esquecem de escovar os dentes. Acredito que se essa pesquisa fosse realizada em
nosso país o resultado não seria tão diferente.
Através dela também
se concluiu que, apesar de a cárie ser a doença crônica mais comum na infância,
a saúde bucal dos filhos não é vista como uma prioridade para os pais
entrevistados.
Infelizmente,
essa realidade faz com que, ainda, cheguem a nossos consultórios crianças com
tratamentos curativos extensos para serem realizados. Muitos pais não fazem
ideia de que problemas bucais podem interferir na saúde geral de seus filhos.
Sabemos que hoje
é possível que os nossos filhos cresçam sem cáries, mas para isso é necessário
disciplina. O que nós, pais, precisamos saber é que, é de nossa
responsabilidade a saúde bucal dos pequenos. Se nossos filhos tiverem a doença
cárie, fomos nós que falhamos.
Hoje a maioria
dos pais tem uma vida atribulada, com compromissos, trabalhos e, muitas vezes,
na correria do dia a dia, vencidos pelo cansaço, negligenciam os cuidados com a
saúde bucal dos seus filhos.
Segundo o
especialista em odontopediatria José Reinaldo Figueiredo, há estudos que
mostram um percentual entre 13% e 26% de crianças com cáries em idades de zero a
36 meses. Por isso, é muito importante a visita ao odontopediatra para uma
avaliação e acompanhamento, por volta dos seis meses de idade, quando começam a
nascer os primeiros dentes. Outra opção é a mamãe gestante ir ao consultório
para receber orientação de como cuidar da boquinha do seu bebê, antes mesmo do
seu nascimento, ou procurar orientação logo depois que a criança nascer. Não
devemos nos esquecer da importância da sua saúde bucal.
Uma boa
orientação de um odontopediatra pode, juntamente com a colaboração dos pais em
casa, garantir um sorriso saudável. É preciso que os pais entendam de uma forma
clara, o que eles precisam fazer para prevenirem alguns problemas bucais. O
trabalho deve ser em conjunto odontopediatra/pais.
A odontologia preventiva
é a odontologia atual. Com ela evitamos que nossos filhos precisem de
tratamentos, muitas vezes traumáticos, tanto para a elas como para os pais e
onerosos. Segundo a Organização Mundial de Saúde a cada um dólar gastos em
prevenção economizamos 33 dólares em tratamentos curativos.
Vamos ajudar
nossos pequenos a crescerem sem cáries? Procure um odontopediatra da sua
confiança e faça a sua parte em casa.
Aproveite as
férias !!!
terça-feira, 19 de maio de 2015
Acompanhamento periódico com o odontopediatra
Para conquistar uma geração sem cárie, um profissional deve acompanhar a evolução dentária da criança. O ideal é que os pais busquem orientação de um odontopediatra antes da erupção do primeiro dentinho, o que fará com que ele nasça em um ambiente saudável. A criança deve realizar visitas periódicas ao consultório a partir do momento que aparecer o primeiro dente. A determinação do período entre cada visita dependerá da necessidade de cada paciente.
O mais indicado é que, sempre que possível, a prevenção tenha início antes mesmo do bebê nascer, com a gestante sendo informada sobre a importância de cuidar da sua saúde bucal e depois da boquinha do filho. Para a mamãe são passados, além dos cuidados com a higiene bucal, os cuidados com o aleitamento materno, alimentação, uso da chupeta, mamadeira e tudo que interfira na saúde bucal da criança que esta prestes a chegar.
Uma maneira de motivar os pais a cuidarem da boca de seus filhos é mostrar o biofilme (placa) que se forma no dente, e ensiná-los que esse é o início para formação da cárie.
Além de orientar sobre a alimentação adequada e higienização (técnica de escovação, pasta e escova de dente, fio dental), no consultório a criança será avaliada quanto a necessidade do uso de flúor e selantes (eficaz na redução da cárie oclusal).
O risco a cárie é individual e o profissional irá avaliar cada paciente para indicar o melhor tratamento preventivo. Mesmo quando o problema já está instalado, seu diagnóstico e tratamento precoces fazem toda a diferença. Quando a criança tem muita cárie na dentição decídua (de leite) é preciso paralisá-la antes da erupção dos dentes permanentes.
A cooperação entre pacientes, pais e profissionais é o que faz a diferença na prevenção da cárie. Nunca esquecendo que, mesmo com a evolução da odontologia relacionada aos materiais e as técnicas, não há nada melhor do que manter um dente íntegro.
Mais informações (17) 3234-3809
anaalbieri@ig.com. br
sexta-feira, 17 de abril de 2015
Aumento do MIH em criança preocupa pesquisadores alemães
O Prof. Dr. Nobert Kramer, da Alemanha, esteve no IAPD Meeting Brazil e relatou que, de uma maneira global, há um declínio no número de crianças com cárie, mas ainda existe uma necessidade de melhora muito grande. Dr. Kramer disse que uma preocupação dos pesquisadores é o aumento de crianças com MIH (hipomineralização de molares-incisivos).
De acordo com o professor, na Bavária, 40% das crianças entre 06 e 07 anos têm lesões de cárie. Infelizmente, muitas delas conhecem o açúcar logo cedo, nas mamadeiras, sendo muito difícil mudar hábitos.
Por lá também realizam a odontologia minimamente invasiva e as evidências científicas comprovam a eficácia do tratamento. Ele relembra que o biofilme (placa) é um dos grandes responsáveis para iniciação, progressão da cárie e com consequências na atividade de cárie. Com essa odontologia, temos o objetivo de um desgaste menor nos dentes, diminuímos a necessidade de realizar tratamento de canal com os preparos mais conservadores. E com o selamento da dentina, contemos a progressão da lesão.
Durante a sua aula ele mostrou as indicações de restaurações realizadas com ionômero de vidro, resinas compostas e coroas de aço.
Na Alemanha, assim como no mundo, está aumentado o número de dentes afetados com a MIH (hipomineralização de molares-incisivos). Hoje, o odontopediatra precisa saber a diferença entre uma lesão de cárie e um dente afetado pela MIH.
Geralmente, os dentes com MIH possuem uma grande sensibilidade e, muitas vezes, até mesmo com a anestesia, essa sensibilidade não regride. O tratamento, de acordo com o Dr. Kramer, dependerá da extensão da lesão e do momento em que essa criança irá ao consultório para o tratamento. O esmalte de um dente afetado pela MIH é dez vezes menos resistente que o de um dente sadio. A extensão do dente afetado pode variar, no mesmo paciente, de um dente para o outro.
A MIH não está relacionada à genética e, segundo Dr. Kramer e alguns pesquisadores, ela está relacionada ao Bisfenol A (BPA) - composto químico encontrado na composição de plásticos e resinas, utilizados na fabricação de recipientes para alimentos, como garrafas e mamadeiras. Também está presente em películas de proteção no interior de garrafas e em latas de conservas.
Há muito a estudar e pesquisadores do mundo inteiro procuram, a cada dia, melhores tratamentos para os dentes com MIH.
quarta-feira, 8 de abril de 2015
Abordagem contemporânea da cárie na clínica infanto-juvenil
Durante o IAPD Brazil tive,
mais uma vez, o prazer em ouvir o Prof. Dr. Fernando Borba de Araujo e, como
sempre, ele foi excelente em suas explanações. Ressaltou a importância da odontopediatria,
já que de acordo com as últimas pesquisas, aos 05 anos, 53,4% das crianças
brasileiras tem pelo menos uma lesão de cárie.
A odontopediatria está
totalmente ligada a cariologia e, unidas a dentística, procuram o melhor para
manter a saúde bucal das nossas crianças.
A cada palestra que participo
sobre o tema, fica bem evidente que a odontopediatria é, hoje, de mínima
intervenção. Os profissionais da área necessitam de atualização para que
realizem a odontopediatria inovadora, em seus pequenos pacientes, evitando
procedimentos extensos, traumáticos e não necessários na odontopediatria atual.
É preciso estar atualizado para realizar um diagnóstico preciso e determinar o
tratamento adequado.
Sempre falo que nada melhor do que
uma boquinha saudável, e que a prevenção é a atitude inteligente para que
possamos prevenir a doença cárie ou diagnosticá-la precocemente.
Durante a palestra o Prof.
Fernando nos mostrou o que já dizia Ericson em 2007: “o conceito da mínima
intervenção envolve desde um correto diagnóstico de risco e abordagem da lesão
cariosa, passando pela instituição de um TRATAMENTO NÃO INVASIVO para a
paralisação da progressão doença, e por uma abordagem restauradora, removendo o
MÍNIMO DE TECIDO SAUDÁVEL e utilizando materiais permanentes, até a PREVENÇÃO
da recorrência da doença.”
Por que intervir minimamente?
- Para retardar a intervenção restauradora.
- Porque preparos cavitários resultam, muitas
vezes, em maior desgaste de estrutura dentária sadia do que de tecido cariado.
- Pois, quanto menor a restauração, maior sua
durabilidade.
Segundo o professor, os
mecanismo não invasivos de controle da instalação da doença cárie seriam:
- uso regular de dentifrícios fluoretados,
conforme indicação do profissional de sua confiança;
- controle de dieta;
- manutenção periódica profissional programada
(Prevenção Odontológica);
- selantes preventivos e aplicação tópica de
flúor pelo profissional, conforme indicação e a necessidade do paciente.
De acordo com algumas pesquisas:
- o gel fluoretado aplicado a cada seis meses
reduz em 21% o incremento de cárie;
- o uso de verniz fluoretado em dentes
decíduos e permanentes tem efeito substancial na inibição da lesão de cárie;
- o selamento da superfície oclusal tem efeito
preventivo de cárie ao longo de 15-20 anos;
- o selamento da superfície oclusal em dentes permanentes
reduz o incremento de cáries após 48 meses.
O selante tem
finalidade preventiva e terapêutica. Com a atividade preventiva, ele realiza o
bloqueio mecânico das fóssulas e fissuras e influência na iniciação da lesão de
cárie. Já com a atividade terapêutica, ele realiza o bloqueio mecânico da lesão
cariosa e isolamento do biofilme, influenciando na progressão da lesão.
Durante a
palestra Dr. Fernando nos passou o diagnóstico e plano de tratamento para as
lesões de cárie, com a odontologia minimamente invasiva.
O professor
relatou que a presença constante de flúor no meio ambiente bucal previne o
desenvolvimento, e reduz a progressão, das lesões cariosas, principalmente no
esmalte, mas também na dentina, desde que haja acesso ao controle de biofilme
da lesão.
Dr. Fernando
finalizou, ressaltando que podemos interromper o curso das lesões cariosas
ativas em esmalte e dentina superficial, principalmente se forem lesões não
cavitadas. Nas lesões cavitadas em dentina, é necessário o acesso ao biofilme
na tentativa de paralisar a evolução da lesão, ou ainda interferir na sua
velocidade de progressão. Em ambos os casos o flúor é fundamental na tentativa
de alcançarmos resultado positivo. Quando for necessária uma técnica
restauradora, deve-se preservar o máximo da estrutura dental sadia, com
preparos minimamente invasivos.
quarta-feira, 25 de março de 2015
IAPD BRAZIL – II Regional Meeting
Na minha
profissão temos que estar atualizados para podermos levar aos nossos pequenos a
melhor técnica, o melhor material, enfim, as novidades que poderão fazer do
tratamento um sucesso.
Nos dia 19 e 20
de março participei, em São Paulo, do IAPD BRAZIL- II Regional Meeting e tenho
que deixar registrado que o evento foi perfeito. Parabenizo o presidente Dr. Marcelo
Bönecker e toda a equipe, pois fizeram desse evento um sucesso.
Os ministradores
eram professores com excelente didática e puderam passar muita informação da
odontopediatria nacional e internacional.
O local do
evento nos proporcionou conforto e isso fez toda diferença.
Deixo um
agradecimento especial a Dra Cristina Zardetto, pela atenção que me foi dada na
inscrição.
Não posso deixar
de citar que a odontopediatria me trouxe amigas maravilhosas e, a cada encontro,
além de compartilharmos experiências profissionais, nos divertimos muito. É
sempre bom reencontrar professores e amigos. A cada uma de vocês que fizeram
esses dias mais especiais, um beijo grande.
“Quem caminha
sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai na companhia dos
amigos, com certeza vai mais longe.”
Agradeço algumas
fotos que compartilhei do Gustavo Tello Meléndez. Você registrou tudo!!!
Adorei.
Em breve posts dos cursos. No momento fotos do evento.
sábado, 14 de março de 2015
Em março tem IAPD BRAZIL – II Regional Meeting
São Paulo sedia,
nos dias 19 e 20 de março, o IAPD BRAZIL – II Regional Meeting. O evento é voltado
para a odontopediatria e eu já fiz minha inscrição.
Será um grande
evento científico para os profissionais que atendem crianças e querem estar por
dentro do que acontece com a odontopediatria nacional e internacional.
De acordo com o
Dr. Marcelo Bönecker, presidente do evento, a Associação Internacional de
Odontopediatria (IAPD) é uma organização reconhecida pela promoção do
intercâmbio de conhecimento cientifico e saúde oral em nível mundial. Em 2013
tivemos a IAPD pela primeira vez, em seus mais de 40 anos de história, realizando
o Regional Meeting no Brasil. Com tamanho sucesso será realizado
novo meeting em São Paulo com uma nova parceria entre a Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, o Centro Internacional de Ensino e Pesquisas Avançadas em Saúde, a Associação Brasileira de Odontopediatria e a Associação Paulista de Odontopediatria.
novo meeting em São Paulo com uma nova parceria entre a Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, o Centro Internacional de Ensino e Pesquisas Avançadas em Saúde, a Associação Brasileira de Odontopediatria e a Associação Paulista de Odontopediatria.
Segundo o Dr.
Marcelo, eles visam desenvolver a troca de conhecimento através de palestras e
debates entre grandes autoridades nacionais e internacionais e clínicos da
odontopediatria, para atualização profissional. Haverá os quatro módulos
centrais
e um debate, após cada módulo, para interação entre professores e participantes, no qual será abordado, no módulo inicial, a promoção da saúde oral na infância, e nos demais módulos as atuais propostas científicas ao atendimento de bebês, crianças e adolescentes visando a excelência clínica.
e um debate, após cada módulo, para interação entre professores e participantes, no qual será abordado, no módulo inicial, a promoção da saúde oral na infância, e nos demais módulos as atuais propostas científicas ao atendimento de bebês, crianças e adolescentes visando a excelência clínica.
A programação traz as seguintes
palestras e palestrantes:
- Promoção da Saúde, com Richard Watt, chefe de departamento de Saúde Pública Odontológica na Universidade
de Saúde Pública UCL, Inglaterra.
- Rio acima, Meio do Rio, Rio Abaixo,
com Samuel Moyses, Ph.D. em Epidemiologia e Saúde Pública pela
Universidade de Londres, Inglaterra.
- Estado de arte da
Imaginologia do século XXI na Clínica Odontológica Contemporânea, com Dr. Israel Chilvarquer, professor
Associado e Livre Docente da Fousp, diretor clínico do Indor Radiologia e do Instituto
Branemark Bauru.
- Ortodontia
precoce: manejo de espaço na dentição mista, com Jorge Luis Castillo Cevallos,
presidente da Associação Internacional de
Odontopediatria (IAPD) (2013-2015), especialista em Odontopediatria e mestre em
Ciências pela Universidade de Connecticut, USA.
- Materiais dentários e
odontologia minimamente invasiva em Odontopediatria, com o Prof. Dr. Norbert Krämer, PhD na Universidade de Erlangen, Alemanha, presidente da Academia
Europeia de Odontopediatria 2010 – 2012.
- Respiração
Bucal e Odontopediatria, com Pedro Vinha, doutorando pelo programa de
Otorrinolaringologia, Oftalmologia e Cirurgia Cabeça e Pescoço da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto/USP, diretor da NEOM-RB Pesquisa e Educação
em Odontologia.
em Odontologia.
- Direções
futuras para o manejo de trauma em crianças e adolescentes, com ênfase em
novos materiais, ciência do desenvolvimento e ação multidisciplinar, com Monty Duggal, mestrado
em Odontopediatria na Índia, chefe do Departamento de Saúde Oral da Criança –
Leeds Dental Institute, Inglaterra, publicou mais de 130 artigos em periódicos
internacionais.
-
Abordagem contemporânea da cárie na clínica infanto-juvenil: Fundamentos
e protocolos para a busca da excelência clínica, com Fernando Borba, mestre e doutor em Odontopediatria pela FOUSP, São Paulo, professor responsável pela área de odontopediatria do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da FO. UFRGS, Porto Alegre.
e protocolos para a busca da excelência clínica, com Fernando Borba, mestre e doutor em Odontopediatria pela FOUSP, São Paulo, professor responsável pela área de odontopediatria do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da FO. UFRGS, Porto Alegre.
Estarei presente e volto em breve com muitas
novidades.
terça-feira, 10 de março de 2015
Prevenção odontológica – A realidade da odontologia para um futuro livre de cáries
Durante o CIOSP 2015 tive a oportunidade de ouvir novamente o Dr. Paulo
Rédua e a Dra Flávia Konishi e, pela primeira vez, a Dra. Fernanda Nahás P.
Correa.
Dr. Paulo disse que a prevenção é o futuro da odontologia e que ela deve
começar no consultório. O perfil da clínica de odontopediatria deve ser voltado
para a prevenção. É preciso conscientizar os pais da importância de um programa
preventivo para que as crianças cresçam com uma saúde bucal satisfatória e sem
a experiência de cárie.
De acordo com artigo publicado JADA, Vol 130, may 1999, 715-723, devemos
enfatizar o valor das revisões odontológicas regulares, que irá beneficiar os
pacientes e contribuir para a manutenção da sua saúde bucal. Vejam, a prevenção
não é uma novidade é uma realidade antiga ,esse artigo é de 1999 e já podemos
ter a certeza de que a prevenção é fundamental para a formação de gerações sem
cáries.
O Dr. Paulo nos mostrou outro artigo de Ernesto P G. de Medeiros e
Marcelo A. Galante que diz “A prevenção será a chave do futuro, pois com a
acentuada ênfase em prevenção, as necessidades de restauração serão mínimas.”
A Dra. Flávia mais uma vez ressaltou a importância da orientação e do
acompanhamento da gestante. Ações educativas e procedimentos de assistência à
gestante com o olhar voltado para o bebê. De acordo com ela, os dentistas
precisam desempenhar um papel pró-ativo na manutenção da saúde bucal durante a
gestação, pois a gravidez é um momento único na vida da mulher, acompanhada por
uma variedade de alterações fisiológicas, anatômicas e hormonais que podem
afetar a saúde oral. Portanto não se deve negar o tratamento a uma gestante. A grande
dificuldade na implantação de um serviço odontológico no pré-natal advém das
crenças que decorrem da associação entre gestação e a odontologia.
Segundo a Dra. Flávia os achados são consistentes ao demonstrarem
a existência de associação entre a saúde bucal da mãe e da criança. O pré-natal
odontológico nos traz a possibilidade de melhorar as chances oferecidas a
toda uma geração, de nascer e crescer em saúde bucal, sem ter que suportar o
peso dos problemas e tratamentos que sofreram os mais velhos.
Dra. Fernanda enfatizou a melhora na saúde bucal, mas que ainda há
necessidade de muito mais. Educar o paciente e seus pais é fundamental para que
a criança não tenha cárie. Essa educação deve ser contínua para que os pais não
esqueçam. O SUCESSO DA PREVENÇÃO DEPENDE DA ATUAÇÃO EM CASA.
Eu sempre digo aos pais dos meus pequenos que sozinha não conseguirei
manter a saúde bucal deles.
De acordo com a Dra. Fernanda o consumo de açúcar é provavelmente o
indicador mais poderoso para risco de cárie em crianças que não tem exposição
regular ao flúor. Há uma necessidade urgente de desenvolvimento de programas de
saúde materno-infantil, onde as ações educativas e preventivas incluam a
atenção a saúde bucal. (FRAIZ, 1993)
Educação nunca foi despesa, sempre foi investimento com retorno
garantido. (Arthur Lewis)
Prevenção
Odontológica – Uma atitude Inteligente, sempre!!!
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
Prevenção de cárie em odontopediatria
Com um sotaque
nordestino que nos encanta, e todo seu conhecimento, o Dr. Fábio Correa Sampaio
nos presenteou, durante o Ciosp 2015, com o tema “Prevenção de Cárie em
Odontopediatria.”
De acordo com o professor,
hoje nós temos todos os recursos para controle da cárie e é um absurdo ainda
termos crianças chegando aos nossos consultórios com cárie.
Segundo pesquisas, 90% da população
mundial já vivenciou algum problema odontológico (dor de dente) relacionado à
cárie ou a doença periodontal. Nas Filipinas, 97% das crianças tem cárie.
No Brasil temos
44% de crianças livre de cáries, mas em nosso país há alguns locais que necessitam
de muito trabalho, como por exemplo, o Nordeste.
Durante muito
tempo achava-se que o mecanismo de atuação do flúor era sistêmico, hoje sabe-se
que ele é exclusivamente tópico e, para ter o efeito remineralizante, deve-se
ter níveis mínimos de flúor na cavidade bucal constantemente.
Um fator
importante relatado pelo professor Fábio é que, atualmente, devido aos meios
preventivos, temos que estar atentos para a cárie oculta. Nos últimos anos
podemos observar um aumento e precisamos do exame radiográfico para
constatá-la.
Referente a
dieta foi relatado que, o consumo de sacarose aumenta a incidência de cárie. A frequência
da ingestão é mais importante que a quantidade e a forma física do alimento é
relevante. Portanto, uma medida preventiva fundamental se faz com: redução do
consumo de açúcar; não consumir alimentos açucarados entre as refeições; redução
na frequência de consumo de alimentos açucarados; observar medicamentos a base
de xaropes açucarados; as crianças maiores devem ser conscientizadas sobre a
importância da dieta e da nutrição em relação a saúde bucal; e as escolas
deveriam promover padrões saudáveis de alimentação.
Na Suécia, por
exemplo, existe o dia do doce e, somente neste dia, é vendido refrigerante.
Visando o
controle de consumo de açúcar na Paraíba o Prof. Fábio nos disse que agora é
lei: foi proibida a venda de refrigerante nas escolas. A lei foi aprovada no
dia 21 de janeiro de 2015 e tem até 120 das para entrar em vigor.
Ele ressaltou
que os pais devem ficar atentos à sacarose que existe nos medicamentos infantis
e não descuidarem da higiene bucal de seus filhos.
Para a promoção
da saúde bucal na infância, segundo o professor Fábio Sampaio, devemos estar
atentos:
- cárie de estabelecimento precoce é a
condição mais frequentemente encontrada por odontopediatras. Seu diagnóstico
precoce é muito importante. Quando a criança tem muita cárie na dentição
decídua (de leite) temos que paralisá-la antes da erupção dos dentes permanentes;
- a higienização noturna após a última
mamadeira/refeição. Uma das maiores armas contra a cárie é a higiene bucal. Por
isso a importância de realizar a escovação e usar o fio dental diariamente;
- a hábitos de sucção não nutritivos
(chupetas, dedos e outros objetos);
- as crianças devem estar expostas a concentrações
ideais de flúor;
- limitar lanches antes das refeições e
usar pouco açúcar;
- controlar a ingestão de alimentos
ácidos. Se for ingerir líquidos, como sucos e refrigerantes, é aconselhável o
uso de canudo, pois assim evita-se o contato direto com o dente, o que pode
causar erosão dentária.
O risco a cárie
é individual e o profissional irá avaliar cada paciente para indicar o melhor
tratamento preventivo.
Sabemos que hoje é possível crescer sem cáries,
o que falta é a conscientização dos responsáveis. Precisamos conscientizar os
pais da importância da prevenção e que eles são peça-chave para o sucesso.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Células-tronco em odontologia
Já há alguns anos tenho interesse pelo uso das células-tronco em odontologia, e sempre procuro ler e ouvir sobre o tema. No Ciosp 2015 tive a oportunidade em ouvir o Dr. Luciano Casagrande. Até então, eu o conhecia apenas através de seus trabalhos, que costumo ler, e pelo site Associação Brasileira de Odontopediatria.
Ele já foi contemplando com o prêmio William J. Gies pelo melhor trabalho publicado na área de Pesquisa Biológica em 2010 no Journal of Dental Research, um dos periódicos mais importantes e de maior impacto na odontologia internacional. O trabalho intitulado “Dentin-derived BMP-2 and Odontoblastic Differentiation of SHED” utilizou células-tronco da polpa de dentes decíduos semeadas em scaffolds (matrizes poliméricas) criadas no interior da câmara pulpar de secções transversais de terceiros molares extraídos. As amostras foram cultivadas in vitro e transplantadas para o dorso de camundongos imunodeprimidos. O estudo demonstrou que fatores de crescimento presentes na dentina, especialmente a BMP-2, podem direcionar a transformação de células-tronco em odontoblastos, tendo um impacto importante em termos de possibilidades de terapias regenerativas da polpa dental por engenharia tecidual.
De acordo com o Dr. Luciano as células-tronco pulpares têm uma capacidade de diferenciação, autorrenovação e proliferação. Com todas as pesquisas em andamento pode-se esperar que no futuro possamos usá-las em diversos procedimentos voltados para odontologia e medicina.
É possível obter as células-tronco a partir: da polpa dentária, dos dentes de leite esfoliados, do ligamento periodontal (que liga o dente ao osso); das células progenitoras do folículo dentário; e da papila apical (tecido que fica embaixo da raiz, quando o dente está se formando). Já as células do dente de leite são as que apresentam maior potencial de diferenciação osteogênica. Além de terem a maior capacidade de proliferação, a célula-tronco da polpa do dentinho de leite pode ser retirada na época de sua esfoliação, considerado um procedimento simples.
De acordo com o Dr. Marcelo Bönecker professor de Odontopediatria da USP, em entrevista para a Revista Crescer, “as pesquisas com célula-tronco estão cada vez mais avançadas. Aquelas encontradas na polpa dos dentes contam com a facilidade de acesso, já que o dente cai naturalmente.”
A instituição é uma das primeiras a criar um banco de dentes para receber as doações. É de lá o projeto Fada do Dente, focado em pesquisas sobre o autismo infantil. Vale lembrar que, se a criança precisar extrair um dente permanente por algum outro motivo, ele também pode ser doado, já que sua polpa contém células-tronco do mesmo jeito. Também recebem doações de dentes: Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade de Ribeirão Preto.
“Trabalhos recentes mostram que essas células oferecem grandes possibilidades de sucesso em tratamentos de doenças como lúpus e diabetes”, aponta o professor.
Outra possibilidade é os pais contratarem um laboratório para armazenar os dentes de leite do filho (decisão que tomei com relação ao meu filho), assim como se faz com o cordão umbilical. O material será congelado e ficará à disposição da criança, caso ela precise de um tratamento no futuro.
De acordo com Luciano ainda há um longo caminho a ser trilhado, tanto nas pesquisas e estudos clínico, como nas questões relacionadas à legislação que regulamenta o uso de células-tronco na odontologia.
Continuarei acompanhado e torcendo por nossos pesquisadores, pois acredito muito no potencial dessas células e nas benfeitorias que poderão nos proporcionar. Acredito e confio, tanto que já guardei as células-tronco do dentinho do meu filho.
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
33° Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo
Em todo janeiro
a classe odontológica tem um dos maiores e mais respeitados eventos: o CIOSP
Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo. Com a participação de aproximadamente
60 mil congressistas, o evento reúne ministradores nacionais e internacionais,
que abordam temas de grande relevância clínica. É uma oportunidade única de
atualização nas diversas especialidades da odontologia com sua programação
diversificada.
Durante o evento
também ocorre uma das feiras mais importantes do mundo, a FIOSP, com a
participação de mais de 200 expositores nacionais e internacionais. Estará
exposto o que há de mais novo em equipamentos, materiais odontológicos e
tecnologia.
Estarão
presentes autoridades políticas e as principais lideranças da odontologia atual.
Esse ano acontece, paralelo ao CIOSP, o “1° Congresso de Estética Orofacial”,
“Congresso Internacional de Laser das Divisões da World Federation for Laser in
Dentistry” e o “ 3° Encontro Nacional de técnicos de ASB( Auxiliares em Saúde
Bucal) e TSB( Técnico em Saúde Bucal).”
Entre os dias 22
e 25, no Expo Center Norte, a classe odontológica tem um encontro marcado, o
CIOSP. O melhor local para discussão de protocolos baseados em evidências
científicas. Nos encontramos lá.
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