segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O impacto da vida intrauterina na saúde bucal do bebê: o que sabemos e o que ainda não sabemos


Dra. Natália de Francesco Penteado, Dra. Diva Kabariti, Profa. Dra. Flávia Konishi e eu.

         Mais uma vez a Prof. Dra Flávia Konishi lotou a sala de apresentação e nos presenteou com uma excelente palestra. A atividade aconteceu durante o 25 º Congresso Brasileiro de Odontopediatria.
De acordo com Freud, há muito mais continuidade entre a vida intrauterina e a primeira infância do que a impressionante “cesura” do nascimento nos permite saber. Segundo a Dra Flávia, frequentemente alterações nos dentes, ou mesmo na oclusão, que são observadas na criança e diagnosticadas pelos pais ou profissionais, tiveram origem no período gestacional, pois a odontogênese tem início numa fase precoce do desenvolvimento da criança, ou seja, na vida intrauterina. Os dentes decíduos começam a se formam na 6º semana de vida intrauterina e os permanentes no 4º mês.
Sabemos que podem ocorrer alguns distúrbios do desenvolvimento do dente em número, tamanho, forma, estrutura e na cronologia. Dra Flávia ressalta que não podemos desprezar a importância da hereditariedade, mas estudos demonstram que a influência genética parece ter um papel menos importante quando comparado com fatores adquiridos (meio ambiente, nutrição da gestante, estado de saúde ou doença, condições intrauterinas, uso de medicamentos e drogas , hábitos, presença de toxinas e acesso aos serviços de saúde).
É de grande importância que os odontopediatras tenham conhecimentos sobre a odontogênese para um pronto diagnóstico, estabelecendo medidas que possibilitam um tratamento adequado, controlando fatores que possam agravar as condições. Distúrbios na odontogênese muitas vezes precedem a cárie.
Segundo estudo do Departamento de Nutrição da Universidade de Drexel, Filadélfia, a habilidade de perceber sabores começa no útero, com o início do funcionamento e desenvolvimento dos sistemas gustativo e olfativo. Como o líquido amniótico e o leite materno contêm moléculas derivadas da dieta da mãe, essa iniciação determina as preferências ao longo da vida.
De acordo com a Prof. Flávia a consulta odontológica antecipada possibilita a oportunidade de conscientizar pais grávidos quanto à importância da saúde bucal e a extensão desses conhecimentos às pessoas que conviverão com a criança. O pré-natal odontológico nos traz a possibilidade de melhorar as chances oferecidas a toda uma geração, de nascer e crescer em saúde bucal, sem ter que suportar o peso dos problemas e tratamentos que sofreram os mais velhos.
Finalizando, a Dra Flávia reafirma que medidas preventivas e educação no período gestacional, permitem que a mulher valorize a saúde bucal e tenha uma microbiota compatível com saúde e isso pode refletir positivamente no desenvolvimento da criança, sobretudo na transmissão de hábitos saudáveis.

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