quarta-feira, 8 de abril de 2015

Abordagem contemporânea da cárie na clínica infanto-juvenil



Durante o IAPD Brazil tive, mais uma vez, o prazer em ouvir o Prof. Dr. Fernando Borba de Araujo e, como sempre, ele foi excelente em suas explanações. Ressaltou a importância da odontopediatria, já que de acordo com as últimas pesquisas, aos 05 anos, 53,4% das crianças brasileiras tem pelo menos uma lesão de cárie.
A odontopediatria está totalmente ligada a cariologia e, unidas a dentística, procuram o melhor para manter a saúde bucal das nossas crianças.
A cada palestra que participo sobre o tema, fica bem evidente que a odontopediatria é, hoje, de mínima intervenção. Os profissionais da área necessitam de atualização para que realizem a odontopediatria inovadora, em seus pequenos pacientes, evitando procedimentos extensos, traumáticos e não necessários na odontopediatria atual. É preciso estar atualizado para realizar um diagnóstico preciso e determinar o tratamento adequado.
Sempre falo que nada melhor do que uma boquinha saudável, e que a prevenção é a atitude inteligente para que possamos prevenir a doença cárie ou diagnosticá-la precocemente.

Durante a palestra o Prof. Fernando nos mostrou o que já dizia Ericson em 2007: “o conceito da mínima intervenção envolve desde um correto diagnóstico de risco e abordagem da lesão cariosa, passando pela instituição de um TRATAMENTO NÃO INVASIVO para a paralisação da progressão doença, e por uma abordagem restauradora, removendo o MÍNIMO DE TECIDO SAUDÁVEL e utilizando materiais permanentes, até a PREVENÇÃO da recorrência da doença.”

Por que intervir minimamente?
- Para retardar a intervenção restauradora.
- Porque preparos cavitários resultam, muitas vezes, em maior desgaste de estrutura dentária sadia do que de tecido cariado.
- Pois, quanto menor a restauração, maior sua durabilidade.

Segundo o professor, os mecanismo não invasivos de controle da instalação da doença cárie seriam:
- uso regular de dentifrícios fluoretados, conforme indicação do profissional de sua confiança;
- controle de dieta;
- manutenção periódica profissional programada (Prevenção Odontológica);
- selantes preventivos e aplicação tópica de flúor pelo profissional, conforme indicação e a necessidade do paciente.

De acordo com algumas pesquisas:
- o gel fluoretado aplicado a cada seis meses reduz em 21% o incremento de cárie;
- o uso de verniz fluoretado em dentes decíduos e permanentes tem efeito substancial na inibição da lesão de cárie;
- o selamento da superfície oclusal tem efeito preventivo de cárie ao longo de 15-20 anos;
- o selamento da superfície oclusal em dentes permanentes reduz o incremento de cáries após 48 meses.

O selante tem finalidade preventiva e terapêutica. Com a atividade preventiva, ele realiza o bloqueio mecânico das fóssulas e fissuras e influência na iniciação da lesão de cárie. Já com a atividade terapêutica, ele realiza o bloqueio mecânico da lesão cariosa e isolamento do biofilme, influenciando na progressão da lesão.
Durante a palestra Dr. Fernando nos passou o diagnóstico e plano de tratamento para as lesões de cárie, com a odontologia minimamente invasiva.
O professor relatou que a presença constante de flúor no meio ambiente bucal previne o desenvolvimento, e reduz a progressão, das lesões cariosas, principalmente no esmalte, mas também na dentina, desde que haja acesso ao controle de biofilme da lesão.
Dr. Fernando finalizou, ressaltando que podemos interromper o curso das lesões cariosas ativas em esmalte e dentina superficial, principalmente se forem lesões não cavitadas. Nas lesões cavitadas em dentina, é necessário o acesso ao biofilme na tentativa de paralisar a evolução da lesão, ou ainda interferir na sua velocidade de progressão. Em ambos os casos o flúor é fundamental na tentativa de alcançarmos resultado positivo. Quando for necessária uma técnica restauradora, deve-se preservar o máximo da estrutura dental sadia, com preparos minimamente invasivos.


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