segunda-feira, 21 de abril de 2014

Cárie Dentária na primeira infância: uma abordagem sobre transmissão vertical


Durante o Congresso de Odontologia para Gestantes, a Profa. Dra. Branca Heloisa de Oliveira apresentou o tema “Cárie Dentária na primeira infância: uma abordagem sobre transmissão vertical”. De acordo com ela, 80% das lesões de cárie no Brasil, em crianças pré-escolares, não são tratadas.

Branca cita que, a cárie é uma doença infecciosa endógena e não é possível impedir a colonização da boca por microrganismo envolvidos na sua etiologia. O que é comprovado é que, o açúcar é um fator determinante negativo para o desenvolvimento da cárie. Para evitarmos o desenvolvimento da doença, devemos fazer o controle do açúcar e uma boa higiene bucal, com pasta com flúor.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, aos cinco anos de idade, uma criança brasileira possui, em média, 2,43 dentes com experiência de cárie.

A cárie depende de biofilme dental (placa formada pela falta de higiene bucal) e da exposição frequente a açúcar, que silenciosa e progressivamente, dissolve os minerais dentais. (Tenuta, Chedid e Cury, 2012)

Se houver uma boa higiene bucal, e uma dieta saudável, o desenvolvimento da cárie pode ser controlado, mesmo que a criança possua o microrganismo da cárie.

Branca relata que, os achados são consistentes ao demonstrarem a existência de associação entre a saúde bucal da mãe e da criança. A mãe deve ter cuidado com a própria saúde bucal, além de orientação para a mudança de hábitos, assim transmitirá hábitos saudáveis aos filhos.

A especialista fez um breve resumo, baseado no bom senso, experiência clínica e o seu conhecimento acumulado:
1 - Todo fluoreto mantido de forma constante na cavidade bucal, tem potencial anticárie;
2 - Todo fluoreto absorvido durante o período de mineralização dentária, tem potencial de causar fluorose; e
3 - Crianças com até três anos de idade tendem a deglutir cerca de 50% do dentifrício usado na escovação.

Mais uma vez, chegamos a conclusão de que os pais precisam se conscientizar, que eles são fundamentais para que os filhos cresçam sem cáries. Hábitos alimentares e de higiene bucal corretos, com visitas ao dentista, tornam isso possível.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Inserção de gestantes é tema em Congresso de Odontologia


Legenda: Profa. Dra. Leila Maria C. P. Pinto; Prof. Dr Célio Pecinoto; Profa Dra. Maria Salete Nahas; e Profa. Dra. Maria Aparecida 

Durante o I Congresso de Odontologia para Gestantes, que aconteceu no mês de março, tivemos a oportunidade de ouvir diversos profissionais. Foi um encontro muito proveitoso. Um dos temas abordados foi “A realidade da inserção da gestante nos programas das clínicas de bebês da UEL, Fousp,USP Bauru e Unesp Araçatuba.”

Representando a UEL esteve presente a Profa. Dra. Leila Maria C. P. Pinto que iniciou agradecendo tudo que o Prof Dr. Luiz Valter realizou e ensinou nas clínicas para bebês. Em Londrina, a Bebê Clínica tem integração com o serviço público municipal. Desde 1994 ouve a implantação da assistência odontológica a gestante. Atualmente está sendo implantada a Rede Cegonha, que é um projeto do governo federal, juntamente coma Rede Mãe Paranaense que é um projeto do governo estadual.

O Prof. Dr. Célio Percinoto, que representou a Unesp Araçatuba,  relatou que na cidade existe a clínica para bebês e uma clínica para gestantes. E disse que temos que trabalhar de uma forma integrada: equipe odontológica, paciente, equipe multidisciplinar e família. Para ele, a gestação é o momento ideal para estabelecimentos de bons hábitos. A gestante encontra-se receptiva em adquirir novos conhecimentos e a mudar padrões que terão influências no desenvolvimento da saúde bucal do bebê.

A querida Profa Dra. Salete Nahas, representando a USP São Paulo, relatou que a bebê clínica não tem vínculo com a gestante. As futuras mamães recebem o atendimento na clínica integrada. Ela reforçou que não dá mais para esperar o ginecologista obstetra indicar a gestante para os cuidados de um dentista. A saúde e o bem-estar da gestante são fundamentais para o desenvolvimento do bebê.  Há a necessidade da interação de diversos profissionais para se alcançar o objetivo: obstetra, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta, clínico geral e o dentista.

A Profa Dra. Maria Aparecida, em nome da USP Bauru, ressaltou que a odontopediatria é a área da odontologia que realmente pode trabalhar com a promoção da saúde. O odontopediatra constrói o sorriso da criança, juntamente com os seus pais.

De acordo com a Dra. falta comunicação com a população, para que realmente a odontopediatria seja valorizada, para que os pais se sensibilizem e levem seus filhos ao consultório e eles possam crescer sem cáries. A odontopediatria oferece qualidade de vida. Ela acredita que, é complexo criar cultura para remover o biofilme dentário (placa). Não é difícil removê-lo, mas sim convencer os pais que isso é fundamental para uma geração sem cárie.

A Dra Cidinha, como é carinhosamente chamada, relembrou os últimos 25 anos da odontopediatria.O que aconteceu de relevante?
- Na década de 80 - Odontologia Intrauterina com a Profa Dra. Flávia Konishi
- Odontologia para Bebês - desde março de 1986. Início na Universidade Estadual de Londrina com o Prof. Luiz Walter. “Educar prevenindo. Prevenir educando.”

A conclusão foi que há a necessidade de um protocolo para o atendimento da gestante. A Profa.  Dra. Sandra Echeverria ficou responsável por manter contato com os demais palestrantes dando inicio a este protocolo.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Gabriel Tilli Politano: o pot-pourri da odontologia para gestantes


Infelizmente, muitas pessoas, incluindo profissionais da saúde, ainda acreditam que a gestante não pode se submeter a um tratamento odontológico necessário, e que também não é importante ela receber orientação para os cuidados de sua boca e do bebê.

Os mitos em torno do assunto gestante – consultório odontológico e gestante - dentes fracos, ainda predominam. É difícil desmistificar.

Realmente existem alguns problemas bucais que podem ser relacionados à gestação, como por exemplo, o granulona gravídico, mas associar a perda de dentes com a gestação é um erro. Não é a gestação que faz perder dentes, mas sim a falta de cuidados com a saúde bucal durante este período.

De acordo com o prof. Gabriel Tilli Poliano, uma pesquisa realizada em 2008 por Politano e Pelligrinette com 200 gestantes, com a seguinte pergunta: seu médico a encaminhou para um cirurgião-dentista?, mostra uma triste realidade: 184 não receberam encaminhamento.

Como mudar essa mentalidade? Como trabalhar a parceria obstetra-dentista? Como chegar à população e desmistificar o necessário entre gestante e dentista?

Acredito que devemos ser persistentes e esse será um trabalho que exigirá paciência, mas que no final terá um resultado tão positivo como ocorreu com a clínica de bebês.

Durante o curso, o prof. Gabriel nos passou todos os cuidados necessários em relação às gestantes no consultório odontológico. Para aqueles que se interessaram pelo assunto a dica é ler “Tratamento Odontológico para Gestantes” de Sandra Echeverria e Gabriel Tilli Politano. Neste livro poderão encontrar todas as orientações necessárias para o tratamento odontológico da gestante.

A vida intrauterina e os aspectos de interesse da odontopediatria


No “I Congresso Brasileiro de Odontologia para Gestantes” não poderia faltar a Profa. Dra. Flávia Konishi, já que foi quem iniciou, no Brasil os estudos e divulgação da importância da odontologia para gestantes. Durante o evento ela iniciou sua explanação com a seguinte pergunta: saúde e educação, a partir do nascimento, ou antes?
           
De acordo com a Dra. Flávia não devemos desprezar a importância da hereditariedade, mas estudos demonstram que a influência genética parece ter um papel menos significativo quando comparados com fatores adquiridos (meio ambiente, nutrição, estado de saúde e doença, poluentes intrauterinos, doenças de toxinas”.

Alguns dos fatores adquiridos, que podem interferir na formação e desenvolvimento da dentição do bebê, que podemos citar, são: fármacos, tabagismo, álcool, doenças, desnutrição, radiação e poluição intrauterina. 

Segundo Flávia Konishi, o acompanhamento da mulher durante a gestação, do ponto de vista da odontologia, tem como objetivo promover ou resgatar a saúde bucal por meio de medidas preventivas ou educativas, possibilitando que a grávida tenha uma microbiota bucal compatível com saúde, minimizando assim, o risco de transmissão vertical de microorganismos patogênicos da mãe para a criança.

O estágio pré-natal é uma oportunidade ímpar para a prevenção primária de problemas, inclusive os odontológicos. Nessa fase temos um momento especial para educar e estabelecer ações para prevenir e minimizar tais problemas. Flávia ressalta que, a gravidez é um momento único na vida da mulher, acompanhada por uma variedade de alterações fisiológicas, hormonais e anatômicas que podem afetar a saúde oral.

O dentista não deve negar tratamento odontológico pelo fato da mulher estar grávida, ele deve, sim, ajudar essa gestante manter a saúde bucal durante toda a gestação.  O profissional também deve motivar e educar a futura mamãe para que ela possa cuidar melhor da saúde bucal de seu filho. Dessa maneira a criança terá maior chance de nascer e crescer com saúde bucal, sem ter que se submeter a tratamentos odontológicos restauradores.
            
Flávia, no final, colocou o resultado da pesquisa “A gestante no consultório odontológico: como, quando e por quê?” que foi realizada por mim, tendo ela como orientadora.
            
Foram entrevistadas 372 gestantes. 1 – Não faz parte da rotina dos obstetras a orientação da gestante sobre a importância da saúde bucal; 2 – Foi grande o número de gestantes com problemas bucais e, apesar disso, a visita ao dentista foi pouco frequente; 3 – Muitas gestantes acreditam em mitos e crenças e não procuram atendimento com medo de prejudicar o bebê. Os resultados demonstram necessidade de ações educativas em saúde bucal.
            
Agradeço à Profa. Dra. Flávia Konishi, por tudo que me ensinou sobre a Odontologia para Gestantes. Se algum profissional da área de saúde tiver interesse em aprofundar sobre o assunto, haverá na APCD de Araraquara, nos dias 08, 09 e 10 de maio, o “Curso Intensivo de Capacitação em Odontologia Intrauterina e da Primeira Infância”.

            
Flávia é coordenadora do curso e haverá a participação de Gabriel Tilli Politano (odontopediatra) e Andrea Toci Dias (psicóloga). Eu já participei e indico. 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

“Tratamento Odontológico para Gestantes” lança segunda edição


LEGENDA DA FOTO - Eu e os autores Sandra Echeverria e Gabriel Tilli Politano.

Durante o “I Congresso Brasileiro de Odontologia para Gestantes” foi lançado a segunda edição do livro “Tratamento Odontológico para Gestantes”, de Sandra Echeverria e Gabriel Tilli Politano.

Quando comecei a me interessar e aprofundar meus estudos em relação à odontologia para gestantes, depois de realizar o curso da Flávia Konishi, em Araraquara, adquiri a primeira edição deste livro. Sempre indiquei para amigos que se interessam pelo assunto.

Agora, acabo de adquiri a segunda edição e tenho certeza que será de grande ajuda a nós, profissionais, como foi a primeira edição.

Já havia assistido cursos de Gabriel Tilli Politano e o admiro. Tive a oportunidade de ouvir, neste Congresso, Sandra Echeverria, e adorei.

Desejo sucesso aos dois e tenho a certeza que a segunda edição deste livro também se esgotará, como a primeira.