terça-feira, 10 de novembro de 2015
“A importância do Tratamento Restaurador Atraumático Modificado (ARTm) para Odontopediatria Brasileira”
Para quem já assistiu a Dra Lurdinha (Maria de Lourdes de Andrade Massara) não preciso nem dizer o quanto as suas aulas são motivadas pela paixão com que ela exerce a odontopediatria. A primeira vez que a assisti foi durante o Congresso Brasileiro de Odontopediatria, em Brasília. Saí de lá fascinada com o seu profissionalismo.
No Congresso deste ano, em Porto de Galinhas, ela falou sobre Tratamento Restaurador Atraumático Modificado (ARTm) e o quanto ele é importante para os odontopediatras.
Eu sempre digo o quanto é importante nos atualizarmos para podermos levar aos nossos pacientes o melhor tratamento, a melhor técnica. Há alguns anos, conversando sobre um paciente, com uma profissional que atende criança em minha cidade (São José do Rio Preto), ela queria saber qual técnica eu usei, pois ela não conhecia. Como pode uma pessoa atender crianças e não saber o que é ART, ARTm, CVDentus?
O ART foi primeiramente apresentado aos profissionais brasileiros numa conferência, durante o 5th World Congress on Preventive Dentistry, realizado na cidade de São Paulo, em 1995, ou seja, um ano após ser reconhecido pela Organização Mundial de Saúde.
Antigamente, o tratamento restaurador em crianças era realizado com anestesia, isolamento absoluto e uso de instrumento rotatório (motorzinho), mesmo que a criança não estivesse condicionada para o procedimento.
O termo Tratamento Restaurador Atraumático Modificado (ARTm) foi primeiramente utilizado no Brasil ao se desenvolver uma tese de doutorado na área de Odontopediatria, iniciada em 1998, e divulgada no meio científico quatro anos depois. Atualmente é uma proposta reconhecida e recomendada também pela Associação Brasileira de Odontopediatria e pelo Ministério da Saúde.
O Tratamento Restaurador Atraumático é menos invasivo, não há necessidade de aplicação de anestesia e isolamento absoluto, portanto, é ideal para o atendimento de crianças e principalmente das que precisam de condicionamento. No protocolo do ART o uso é exclusivo de instrumento manual para a remoção da cárie. No ARTm, podemos usar o instrumento rotatório para ter acesso a cavidade (apenas em esmalte) e instrumento manual na dentina e sem uso de anestesia.
De acordo com trabalho publicado em 2014, por Freitas, Santos, Fuks, Bezerra e Azeveso, o aumento dos procedimentos de ARTm resultou em uma significante redução de procedimento com envolvimento pulpar (tratamento de canal).
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