Durante o
Congresso Brasileiro de Odontopediatria, a Profa. Dra Branca Heloisa de
Oliveira relatou que, segundo a Organização Mundial da Saúde, em pesquisa
realizada em 2010, a Prevalência de Cárie nas crianças aos 05 anos de idade é
de 53,4%. Nessa idade, uma criança brasileira possui, em média, 2,43 dentes com
experiência de cárie. Ainda segundo a pesquisa, 80% das lesões de cárie
permanecem sem tratamento.
Neste Congresso,
a Dra Branca veio para nos mostrar à reformulação do conceito de cárie. De
acordo com ela, não podemos dizer que a cárie é uma doença infecciosa, pois não
pode ser tratada com antibióticos. Trata-se de uma doença infecciosa endógena e
não é possível impedir a colonização da boca por micro-organismo envolvidos na
sua etiologia. Também devemos mudar o conceito sobre a transmissibilidade. A
doença não é transmissível, o que é transmitido é o micro-organismo (transmissão
horizontal e vertical), mas não a doença. Podemos ter o micro-organismo, mas
não desenvolver a doença.
O maior inimigo
da cárie é o açúcar. Na realidade devemos nos preocupar com a transmissão de
hábitos incorretos e não com a transmissão do micro-organismo da cárie.
Segundo a Dra Branca não existe um micro-organismo específico responsável pelo desenvolvimento da cárie. Não há como impedir ou controlar a transmissão, e não é possível prevenir ou controlar a doença eliminando os micro-organismos envolvidos na sua etiologia.
Segundo a Dra Branca não existe um micro-organismo específico responsável pelo desenvolvimento da cárie. Não há como impedir ou controlar a transmissão, e não é possível prevenir ou controlar a doença eliminando os micro-organismos envolvidos na sua etiologia.
De acordo com
Branshaw & Lynch, 2013 o Streptococcos Mutans é o que produz mais ácido do
que as outras espécies de streptococos e micro-organismos presentes na boca – acido
gênicos. Ele metaboliza grandes variedades de açucares e produz polissacarídeos
extracelulares (aumenta a espessura do biofilme e promove adesão).
A Dra relata,
que as formas eficazes de controle da cárie seriam o controle da ingestão de
açúcar e higiene bucal correta. Há comprovação eficaz de controle da doença em pré-escolares
que seriam o controle do açúcar e escovação com a presença de flúor.
De acordo com
trabalho publicado na Community Dental Health em 2004, existe maior chance de
uma criança com 06 anos de idade ou menos desenvolver cárie se a aquisição de Streptococcus
Mutans ocorrer precocemente, mas isso pode ser parcialmente compensado por
outros fatores como: boa higiene bucal e dieta saudável. Se houver um
equilíbrio, o desenvolvimento de cárie pode ser controlado.
Portanto
assoprar a comida do bebê e beijo na boca irá transmitir o micro-organismo da
cárie e para doença desenvolver há necessidade de uma alimentação rica em
açúcar e má higiene bucal. É muito importante para o controle da cárie a
redução no consumo de bebidas e alimentos açucarados. Estudos são consistentes
ao demonstrarem a existência de associação entre a saúde bucal da mãe e a saúde
bucal da criança.
É essencial que
os pais procurem orientação de um especialista para não passarem hábitos
incorretos que possam levar a criança a ter cárie. É de nossa responsabilidade
a saúde bucal de nossos filhos. Como eu sempre digo: Prevenção odontológica –
Uma Atitude Inteligente.